Oriente Médio

Quando cheguei ao Cairo, onde começar não era a pergunta. Eu tive de passar por 15 barreiras do exército e de civis, desde o aeroporto até chegar à Praça Tahrir, que estava, e ainda está, fervendo com a “revolução da juventude”, que utiliza as redes sociais para comunicar-se.
Volto para Amsterdã sem saber onde esse levante excepcional vai terminar.

Uma característica notável dos dias de protestos e revolta dos jovens egípcios foi a participação inédita das mulheres. Dezenas de milhares de mulheres de todas as esferas da sociedade foram às ruas de Cairo e de outras cidades do país para desabafar suas frustrações e expressar seu desejo de reforma e de mudança en Egipto.

Aqui publicamos integralmente o comunicado de imprensa que deu a conhecer internacionalmente a organização “Mundo sem Guerras e sem Violência”, em relação aos acontecimentos que se vêm desenvolvendo ultimamente no Egito. Dito organismo, que faz parte do Movimento Humanista, foi o coordenador da “Marcha Mundial pela Paz e a Não Violência” que concluiu o 2010.

O duelo entre o presidente egípcio Hosni Mubarak e os manifestantes que exigem sua renúncia desde a semana passada enfrenta nesta terça-feira um teste decisivo, com a convocação de protestos que pretendem reunir um milhão de pessoas.
Mais de 5.000 pessoas chegaram durante a madrugada ao centro do Cairo, onde muitas delas passaram a noite, apesar do toque de recolher.

Com as redes de relacionamento da internet do tipo Facebook, Twiter, etc… uma nova cultura de militantes surge no mundo árabe, segundo pesquisador suíço Patrick Haenni.
Um desafio tanto para os governos como para os velhos partidos da oposição, incluindo os islamistas. Entrevista sobre os movimentos islâmicos e a blogosfera.

Os Estados Unidos planejam começar a retirar na segunda-feira milhares de seus cidadãos que estão no Egito, por meio de aviões contratados pelo governo, que terão como destino locais seguros na Europa. A recomendação é que seus cidadãos evitem viagens a esse país, depois de uma revolta popular que já contabiliza 125 mortos.

O chefe de Estado Maior do exército egípcio, general Sami Anan, regressou hoje a seu país depois de interromper uma visita a Estados Unidos.
O alto oficial retornou no meio de manifestações que estremecem amplas zonas do Egito, com demandas de renúncia do presidente Hosni Mubarak.
Os protestos retomaram-se neste sábado, apesar do anúncio da formação de um novo Governo.

O presidente norte americano, Barack Obama, convocou nesta sexta-feira o líder egípcio Hosni Mubarak a dar passos concretos em direção a reformas políticas, e pediu que a violência de qualquer forma não seja utilizada contra os manifestantes pacíficos, ressaltando que o povo do Egito tem direitos que são direitos universais.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse em Teerã, que o Irã tem que garantir à comunidade internacional que seu programa nuclear não tem objetivos militares. Após encontro com o chanceler iraniano Manouchehr Mottaki, Amorim também fez um apelo para que o governo iraniano e as potências mundiais mostrem “flexibilidade” para chegar a um acordo.

O presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva pediu que o Oriente Médio siga o exemplo da América Latina e caminhe para a abolição das armas atômicas em sua visita a Israel, ontem 15 de março. “Brasil é orgulhoso de não haver armas nucleares na América Latina. Queremos que isto seja um exemplo para outras partes do mundo”, disse Lula em discurso no parlamento israelense.