POEMA

 

 

 

 

 

Quando acabar teu pranto te contarei uma história própria de dias de tormenta.

O vendaval destruiu tudo o que estavas observando, branco e preto recortado em ferida aberta.

Apagaram-se as luzes, os dias de verão, os trinados e as sestas. O céu se fez azul.

Esquecerás muito do que recordas e chegarás a deixar que assim seja.

Mas vem aqui, fica ao meu lado. Deixa que eu te veja…

O que quero te dizer levou toda a vida. Essa da qual fizemos parte.

Levou o silêncio de todos os momentos em que soprei em teu ouvido despertares de sonhos.

Eu teci teus fios, douradas aberturas para o mundo dos céus.

Me vieste buscando.

Como caem longe as palavras, voando!

Fiquei ao teu lado.

Podes chorar todas as andorinhas, as folhas de outono e os ares temperados.

Depois faremos uma árvore.

Um loureiro aceso na tarde primeira, sólido com as pedras das largas colunas e os arcos.


 

Traduzido do espanhol por Nathália Cardoso | Revisado por Tatiana Elizabeth