POEMA

 

 

Por Luiza Machado

 

 

Se expande como o ar
Toma conta de todo um lugar
Por mais que te espante
Coloca toda sua força avante
Antes de tudo e de pensar
É difícil de evitar
Vê-se com o volante na mão
E nenhuma direção
O caminho é errante
Mas você se sente gigante
Passa por cima e arrasa com tudo que tocar
Não se importa em se machucar
A razão da raiva é a dor
Em uma onda descontrolada que não se vê chegar
Os olhos ganham um tom vibrante
A sensibilidade reduz por um instante
O suficiente para personalidade atenuar
Deixando apenas o desejo de acabar
Quando o mais intenso passa
E a consciência começa a retomar
Se sente ofegante
E está sozinho com a raiva restante
Sente desejo de voltar
De consertar
Mas a causa da raiva é a dor
E ela também não passou
Qual dor maior que o amor
Que arde incessante
E se para causa pavor?
Estranha febre delirante
Tão libertadora quanto limitante
Causa de anseio e temor
Raramente tem espaço para pudor
Vai do céu ao inferno. Inconstante.
E quando errada causa raiva dilacerante
Quando não volta ao amor
Fica no inferno de rancor.