Enquanto  Kim Jong-un e Donald Trump firmaram hoje em Singapura um “acordo”, a ICAN  se alegra dos esforços diplomáticos, porém adverte que apenas um processo embasado no Direito Internacional e nos tratados já existentes efetivamente conseguirá o desarme nuclear e a desnuclearização de toda a península coreana.

A Diretora executiva do ICAN, Beatrice Fihn, disse “Trump acaba de fazer a foto de sua vida. No lugar de firmar um acordo frágil, Trump e Kim deveriam firmar um documento real baseado no Direito Internacional, o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares. O Tratado […]  é a única forma integral e verificável e irreversível da conquista de um desarme nuclear definitivo.”

Em uma conferência de imprensa realizada ontem em Singapura, a ICAN apresentou um plano concreto para eliminar as armas nucleares e as ameaças de seu uso na região. O marco da desnuclearização da Península Coreana descreve cinco passos para desnuclearizar a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

O plano faz um clamor a todos os países para que reconheçam o risco humanitário inaceitável das armas nucleares, rechaçem as armas nucleares unindo-se a TPNW (Tratado de não-proliferação das armas nucleares), eliminem as armas existentes com planos verificáveis e com prazos definidos, assinem o Tratatado de Proibição Completa dos Ensaios Nucleares (CTBT), e voltem para a comunidade internacional mediante o Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT).

No Hotel Capela, sede da cúpula, Akira Kawasaki, da diretoria da ICAN, respondeu ao acordo dizendo – “O Compromisso dos EUA e da Coréia do Norte de estabelercer novas relações e construir uma paz duradora e estável na península coreana é positivo e um testemunho de uma hábil diplomacia do presidente Moon da Coreia do Sul”

Acrescentou  – “Qualquer paz com armas nucleares não será sustentável. A paz real apenas será conquistada com a eliminação das armas nucleares, as proibidas armas de destruição em massa. Já temos tratados internacionais para conseguir isso. Continuaremos insistindo para que todas as partes se unam a TPNW. A proposta de cinco passos deveria servir de guia para o processo futuro”