O mesmo grupo que organizou a marcha pro-Trump no ano passado,  convocou manifestações contra a nova lei de imigração, que segue para a sanção da presidência da república.  Pegando carona no discurso do novo presidente norte-americano, estão cheios  de ódio para dar e vender.

O grupo de direita surgiu em 2014, com uma página do Facebook, fazendo chamadas as pessoas para comparecerem nas manifestações pró-impeachment. Com o decorrer do tempo passaram a criar grupos em cidades do Estado de São Paulo, como Santo André.

Na busca de holofotes, nas últimas semanas o pequeno grupo esteve assediando pelas redes sociais e provocando grupos de imigrantes e refugiados na cidade de São Paulo.


Na página do grupo, os mesmos fazem apologia a violência contra os imigrantes.

Com imagens da Revolução Constitucionalista ou Revolução de 32, quando houve uma guerra entre o estado de São Paulo e o governo getulista, utilizam-se dos ideais de uma suposta  “pureza racial” paulista e da necessidade de se defender enquanto brasileiro frente ao imaginário do “perigo estrangeiro”. Segundo a narrativa dos mesmos, o perigo estaria em todo o lugar. Os ideais de pureza, de nacionalismo, trazem consigo a mancha de sangue histórica de milhões de mortes. Que podem ser contabilizadas nos desastres das guerras de nível mundial produzidas no século XX. Tal grupo está impregnado com o ódio aos setores mais pobres e discriminados, e com a busca de uma pseudo pureza agora eles tem um novo alvo: os imigrantes e refugiados.

No último dia 02 de Maio, durante outra marcha que o grupo organizava contra a lei de imigração, cruzaram com um grupo de palestinos na rua e, após ofensas e provocações, descambaram para agressões.

Neste vídeo podemos ver o grupo pró-trump espancando um palestino em plena avenida paulista:

A islamofobia – termo designado para descrever o preconceito contra povos islâmicos – não começou ontem. Desde o que fora conhecido como os atentados de 11 de setembro, a grande mídia internacional trabalha com a associação constante dos povos árabes e muçulmanos com o terrorismo. Um exercício mental extremamente rápido. O intelectual Edward Said – autor de O Orientalismo – desconstrói em seu livro o que o mesmo chama de o mito do Oriente.

Nascido em Jerusalém, educado no Egito e tendo passado sua vida em solo americano, nos EUA, o acadêmico teve uma carreira brilhante na análise literária. Defensor dos direitos do mundo árabe, teve um importante papel como ativista. Sua ideia se resume no Oriente como uma invenção do Ocidente. Demonstra como os povos ocidentais projetaram uma noção de Oriente, fantasiada, com imagens construídas, a partir do poder nas nações colonizadoras.

A imagem construída na mídia comercial sobre os povos árabes/muçulmanos é enganosa. Uma tarja perigosa e que dá ensejo para inúmeros atentados contra os direitos humanos.

O detratores da nova lei de imigração, esquecem de um pequeno detalhe: Nenhum Ser Humano é Ilegal.

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