POEMA

 

 

Por Luiza Machado

 

 

Passada a queda

Quando eu já estiver no chão

Ajeite meu corpo

Ponha uma cruz na minha mão

Pra que Deus saiba

que não foi à toa.

Pra que eu lembre

que não foi em vão.

O vento continua

E se propaga o trovão.

-retorna a maré nua

Eu estando viva ou não.

Não devia ser aqui

A sepultura do coração?

Em meio ao tumulto

Longe da solidão

Em vida prometeu

Mas só na morte cumpriu.

se ganhou se perdeu

Sem arrependimentos sentiu.

E sentiu sem ser sensação intensa.

Sentiu simplesmente. Vida.

Aquela estranha imensidão imensa.

Que vai embora e não volta. Consumida.