POEMA

 

 

“Como está a Loretta?”

perguntou o amigo italiano.

“Como uma índia”

respondeu o outro.

 

Os mais chegados,

os que gostam dos Yanomami,

exprimem seus sentimentos

pedindo para serem pintados:

em verdadeiros ritos,

rostos vermelhos,

linhas pretas sinuosas

e pontos.

 

A minha não é pintura epidérmica,

superficial:

eu deixei entrar o sol

para mudar de cor.