Da esquerda para a direita Sharon Dolev, David Andersson e Emad Kiyaei (Imagem de Yolanda Andersson)

Uma lição de dois ativistas antinucleares no Oriente Médio

Eu sempre me questionei sobre o que poderia fazer para abolir as armas nucleares. O sentimento de impotência me arremetia. Eu não sou um diplomata, nem um chefe de Estado ou um representante eleito. Com essa percepção, no dia 10 de outubro, participei de um evento co-patrocinado por Code Pink e Pressenza. Neste evento, uma israelense e um iraniano, membros fundadores do projeto da Organização do Tratado do Oriente Médio (Middle East Treaty Organization – METO), expuseram seus esforços para criar a zona livre de armas de destruição em massa na região. 

Sharon Dolev (israelense) e Emad Kiyaei (iraniano) não representam um Estado, são cidadãos normais como você e eu. Eles, como parte da sociedade civil e valendo-se das recomendações de especialistas nucleares, propõem um projeto de tratado aos Estados, diplomatas e chefes de governo. 

Um dos problemas é que os negociadores se concentram nos obstáculos. A tática, no entanto, tem sido convidar os diplomatas a pensar no que pode ser possível. O documento está disponível para todas as partes e se alguém discordar da sua linguagem, pode alterá-lo. Esse é um convite real para um diálogo. Seu ativismo é focado na criação de uma cultura de negociação e confiança. “O projeto do tratado é um trabalho em andamento para inspirar, desafiar e engajar todos os que estão preocupados com a paz e a segurança”. 

Eles trabalham a nível diplomático e com organizações de base para que as pessoas possam pressionar seus governos pela eliminação das armas de destruição em massa. A intenção é mostrar que é um mito a ideia de que as armas nucleares criam segurança. Pelo contrário, sua posse aumenta o risco de acidente, incentiva ataque a reatores nucleares e desafia outros países do Oriente Médio a desenvolver armas semelhantes para contrabalançar poder. 

Há mais esperança do que nunca depois que a Assembleia Geral da ONU decidiu, em novembro de 2018, convocar uma conferência anual sobre o estabelecimento de uma zona no Oriente Médio livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa (WMD).

Sharon e Emad acreditam que essa esperança é fruto de anos de trabalho e fidelidade. O diálogo é o primeiro passo para alcançar a compreensão. Como cidadãos do mundo, precisamos encontrar soluções criativas para mudar a mentalidade dos políticos. Precisamos ser estratégicos e pensar em maneiras para alcançar o que for possível até atingirmos o sonho de um mundo sem armas nucleares. 

Visite o website e participe do projeto. 

Middle East Treaty Organization (METO) www.wmd-free.me

Jhon Sánchez: natural da Colômbia, chegou aos Estados Unidos em busca de asilo político. Atualmente advogado em Nova York, é formado em JD / MFA. Seus contos mais recentes são Pleasurable Death, disponível em The Meadow, The I-V Therapy Coffee Shop of the 21st Century disponível em Bewildering Stories e “‘My Love, Ana,’—Tommy” disponível em https://www.fictionontheweb.co. uk /. Em 1 de julho, Write Lauch publicou sua novela The DeDramafi, que também será reimpressa por Storylandia em 2021. Ele foi premiado com o Horned Dorset Colony em 2018 e o Programa de Residência de Artistas Byrdcliffe em 2019.

Tradução por Karina Rebouças