Bloomberg revela que centenas de funcionários foram contratados para ouvir conversas de usuários, e empresa confirma a prática, mas garante que foi suspensa; Apple, Google e Amazon foram criticadas por caso semelhante

As companhias alegam que a prática de analisar conversas visa aperfeiçoar seus produtos. Enquanto Apple e Google dizem ter suspendido a prática, a Amazon dá a seus usuários a opção de bloquear a coleta de voz realizada pelo seu assistente de voz Alexa.

No caso do Facebook, a situação é um pouco mais delicada do que para os outros conglomerados de tecnologia. Há anos há rumores de que aplicativos da rede social ouvem os usuários para personalizar conteúdos publicitários. Relatos de casos em que propagandas combinam com uma conversa realizada pouco antes comprovariam essa suspeita.

Entretanto, a empresa sempre negou a prática. Seu fundador e CEO, Mark Zuckerberg, refutou isso veementemente durante um questionamento no Congresso dos Estados Unidos, classificando a denúncia de “teoria da conspiração”.

O Facebook também sempre frisou que a rede social só processa dados de áudio se um usuário der sua permissão expressa. Embora esteja claro que áudios devem ser processados durante a função de transcrição, os usuários não tinham consciência – como no caso dos assistentes de voz das outras empresas – de que, em alguns casos, outras pessoas ouviam esses áudios.

No mês passado, a empresa de tecnologia fechou acordo com o governo americano para pagar uma multa de 5 bilhões de reais, encerrando um processo por violação de privacidade. A ação se refere ao escândalo envolvendo a Cambridge Analytica, empresa que recolheu dados de 87 milhões de usuários do Facebook sem o conhecimento dessas pessoas com intuito de fazer propaganda política.

 

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