Por Brasil de Fato

Encontro no Bahrein para discutir “plano para paz” reúne poucos países e é acompanhado por manifestações massivas

Nesta terça-feira (25), Jared Kushner, conselheiro de Donald Trump, apresentou em Manama, capital do Bahrein, durante um encontro que vai até esta quarta-feira (26), um plano de US$ 50 bilhões chamado de “Paz para a Prosperidade” para o Oriente Médio, que deveria, em tese pacificar a região.

O plano, no entanto, não apenas enfrenta o ceticismo de lideranças políticas – Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina o chamou de “natimorto” e Israel não compareceu –, mas também provocou protestos em diversos locais, como na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Na Faixa de Gaza, a terça-feira amanheceu em greve e protestos massivos devem acontecer nesta quarta, durante segundo dia do encontro.

No Marrocos, neste domingo (23), milhares de pessoas foram às ruas em apoio aos palestinos contra o que chamaram de “encontro da traição”. A revolta foi motivada pelo anúncio do governo do país de que participaria do encontro.

Bahrein, Qatar e Arábia Saudita, aliados histórico dos EUA na região, também enviaram representantes oficiais para o encontro.

Chamado por Trump de “o acordo do século”, ele foi rebatizado pelos palestinos de “acordo da vergonha”. Eles dizem que não aceitaram outra Declaração de Bafour, em referência ao documento de 1917, no qual o governo britânico expressou o apoio à criação de um Estado judaico na Palestina, à época sobre controle do Reino Unido.

Apesar de ainda estar sendo lançado oficialmente, vazamentos obtidos por um jornal israelense dizem que o acordo irá propor que palestinos saiam de seus territórios e se estabeleçam na região do Sinai, no Egito.

“Eu nunca superei a experiência de ter sido expulso de minha terra durante a Nakba [expulsão palestina em 1948 para criação de Israel]. É um dos casos mais injustos da história. Eu não quero que a nova geração passe por essa experiência horrível de novo”, disse Fadila al-Ashi, de 84 anos, durante os protestos, ao Middle East Eye.

Analistas ouvidos pelo portal especializado na cobertura do mundo árabe dizem que a ausência da Palestina e de demais estados era esperada pelos EUA e deve ser usada para alegar “intransigência”.

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