Safe passage 026

Porto, 27.02.2016: Respondendo à convocatória lançada pela Associação Coragem Disponível, várias centenas de pessoas concentraram-se esta tarde no centro da cidade do Porto (Portugal), tendo desfilado pela avenida principal até à praça fronteira ao edifício da Câmara Municipal, em sinal de apoio aos refugiados que aguardam por asilo em solo europeu.
Sob o lema “passagem segura já” (“safe passage now”, em inglês), os manifestantes alinharam-se com mais de uma centena de outras cidades europeias e de outras partes do mundo que também se mobilizaram em apoio desta causa, procurando pressionar os governos europeus a desbloquear o processo de acolhimento dos refugiados de diversos países em conflito no Médio Oriente e em África, que têm afluído às fronteiras europeias.
Recorde-se que, no início da crise dos refugiados, no Verão passado, Portugal disponibilizou-se a receber cerca de 4.000 refugiados, como parte do plano definido pela Comissão Europeia, tendo recentemente alargado esse número para 10.000, mas sem que haja efetiva tradução prática dessa abertura. Com efeito, até ao momento, o número de refugiados chegados a Portugal, provindos da Itália e/ou Grécia, não ultrapassou uma centena, apesar de haver milhões em fuga dos seus países.
Por isso, a manifestação congregava gente que tem organizado expedições humanitárias aos centros de acolhimento de refugiados nos Balcãs, mas também pessoas e instituições que aguardam pela chegada dos refugiados para pôr em prática a sua vontade de ajuda. Nesse sentido, os manifestantes vincaram a importância de se acelerar o processo de registo e triagem dos refugiados, instando o governo português a disponibilizar aos parceiros europeus que têm de lidar com a entrada dos refugiados, meios humanos qualificados para ajudar nessa tarefa.
Foi uma tarde fria na cidade do Porto e, nesse contexto, podia ler-se num dos cartazes empunhados por um dos manifestantes a seguinte pergunta: “Também querias viver num acampamento em dias frios assim?…” Além desta frase, outras palavras de ordem exibidas eram “trata os outros como queres que te tratem” e “nenhum refugiado me é estranho”, dando conta da solidariedade e compaixão que animavam os presentes.