Primeira-ministra Theresa May também vê seu mandato ameaçado pela oposição que apresentou uma moção de desconfiança ao governo

Pior derrota de uma proposta apresentada por um premiê desde a década de 1920. Esse foi o resultado da votação do Parlamento britânico que rejeitou o acordo do Brexit negociado pela primeira ministra Theresa May com a União Europeia nesta terça-feira (15/01).

Diante do resultado, uma derrota por 432 votos contra e 202 a favor, o futuro do acordo parece incerto e não é descartada a hipótese de um adiamento ou até mesmo de uma anulação do Brexit.

“A casa falou, e o governo vai ouvir”, afirmou a premiê logo depois de encerrada a votação, aceitando o veredito dos deputados insinuado que gostaria de receber um voto de confiança do governo. “Está claro que a casa não apoia este acordo, mas o voto desta noite não nos diz nada sobre o que a casa apoia.”

A primeira ministra pretende voltar o Parlamento na próxima segunda-feira (21/01) para apresentar um “plano B” de sua proposta original para tentar aprovar novamente o acordo com a União Europeia.

Mas os planos de May podem acabar não sendo colocados em prática. Isso porque, ao termino da votação, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, além de afirmar que essa é uma “derrota catastrófica” e “a mais grave já sofrida por um governo do país desde 1920”, o líder do partido de oposição disse aos deputados que havia apresentado uma moção de desconfiança contra o governo “para que a Câmara possa dar seu veredito sobre sua incompetência”, atacou.

Caso a moção seja aprovada, ela deverá ser debatida nesta quarta-feira (16.01) colocando o mandato de Teheresa May em risco, pois dependendo do resultado do debate pode haver uma antecipação das eleições legislativas ou até a formação de um novo Executivo.

Entenda o que é a moção de desconfiança

De acordo com informações do parlamento britânico, a moção de desconfiança é uma proposta legislativa com a seguinte afirmação: “Esta Casa (legislativa) não possui mais confiança no governo de Sua Majestade”. De acordo com as regras formais, todos os governos de primeiros-ministros da Inglaterra são estruturados com a anuência da chefe de Estado local (atualmente ocupado pela rainha Elizabeth 2ª).

Se a moção de desconfiança for aprovada pela maioria dos integrantes do parlamento, há um debate interno entre os parlamentares para definir o destino do governo.

Theresa May já encarou uma moção em 2018, desta vez votada por integrantes do seu próprio partido, o Conservador, mas sobreviveu com uma vitória de 200 votos a favor de sua permanência e 117 contra.

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