MÚSICA

Por Renan Simões e Dulcimar Maria Colombo Pepino – Revisão de Myrna Barreto

#220 Marina – Virgem (1987)

Virgem contém um dos refrões mais originais e facilmente reconhecíveis da nossa música. A letra pode até soar meio batida, com uma quase exagerada ambientação da cidade do Rio de Janeiro, mas não tira a magia da sonoridade geral da canção e de suas harmonias cativantes.

#219 Egberto Gismonti – Parque Laje (1970)

Até hoje não entendo o porquê de Sonho 70 não ser um álbum amplamente cultuado; neste registro, beleza e mistério encontram-se muito bem equilibrados. Fica difícil escolher um destaque, mas Parque Laje tem um lugar especial no meu coração.

#218 Francisco, El Hombre – O Tempo É Sua Morada (2018)

O tempo é sua morada é uma ótima representação da nova música brasileira, consistindo em uma ode alegre à saudade. A lição: não esqueceremos quem se foi; nós os celebraremos.

#217 Hermeto Pascoal e Grupo – Celso (2003)

Mundo verde esperança, de Hermeto Pascoal e Grupo, é um dos meus álbuns preferidos de jazz. Celso se destaca por suas melodias absurdamente intrincadas, em um álbum composto exclusivamente por temas intrincados. A parte temática, com quase dois minutos de duração, dá espaço a solos fulminantes, aos quais se segue um retorno magistral ao tema.

#216 Sá & Guarabyra – 2ª Canção da Estrada (1974)

Após a saída de Zé Rodrix do espetacular trio Sá, Rodrix & Guarabyra, os remanescentes Sá e Guarabyra lançaram seu primeiro álbum em dupla, recheado de canções emblemáticas. A 2ª canção da estrada é pura perfeição, com letra, melodias e harmonias incisivas.

#215 Valeska – Por Você (1971)

A melodia de Por você, que inicia com um arpejo descendente de acorde menor com sétima maior, representa muito bem a fossa brasileira. A interpretação ultra melancólica de Valeska, em registro ao vivo, dessa canção devastadora, é uma ótima representação dos intérpretes e compositores quase esquecidos da música brasileira.

https://drive.google.com/file/d/1te3JwO3DhJVVeH6QmV7P3Td743bR_vaq/view?usp=drive_link

#214 Os Incríveis – O Milionário (The Millionaire) (1967)

[texto de Dulcimar Maria Colombo Pepino]

A música O milionário, versão da música The millionaire, de Mike Maxfield, foi gravada pelo grupo Os Incríveis em 1967, em compacto duplo pela Continental. Essa música passou a fazer parte da minha vida nos anos 80, durante a adolescência no interior do município de Santa Teresa (Espírito Santo), época na qual os circos, parques e touradas eram lugares de paqueras e encontros às escondidas. Essa memória afetiva de um tempo tão feliz de sonhos foi a motivação para a escolha dessa música.

#213 Os Cariocas – Insensatez (1964)

Os Cariocas nunca estiveram para brincadeira. Com uma performance vocal sempre muito certeira e complexa, o grupo realizou a versão definitiva de diversas canções, como a de Insensatez, realizada à capela.

#212 Renato e Seus Blue Caps – A Saudade que Ficou (1967)

Os timbres meio agressivos e desafinações instrumentais da Jovem Guarda acabaram virando assinaturas do gênero, tanto que não conseguimos conceber que uma versão “tecnicamente perfeita” de canções como A saudade que ficou venha a suplantar a beleza crua das originais. E que canção maravilhosa de dor de cotovelo.

#211 Mônica Salmaso – Menina Amanhã de Manhã (2004)

A maciez do timbre vocal de Mônica Salmaso faz com que qualquer canção ative um teor de acalanto. A melodia quase simplória de Menina amanhã de manhã ganha, em sua interpretação, uma poderosa perspectiva camerística.