MEIO AMBIENTE

Por Joyce Enzler

Na quinta, 19/3, pesquisadoras e alunas da Fiocruz participaram do ato contra a abertura de capital da Cedae, pela defesa da água pública, pelo fortalecimento da Frente Parlamentar em Defesa da Cedae Pública e pela manutenção da Tarifa Social.

O evento aconteceu em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio de Janeiro, das 14h às 17h, e contou também com a participação de parlamentares,  sindicatos,  lideranças comunitárias e organizações da sociedade civil, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio),  a Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde e o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama).

Adriana Sotero da Ensp/Fiocruz, no ato em defesa da água. Foto: Fabiana Tavares

Na ocasião, a pesquisadora Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/Ensp/Fiocruz) e integrante da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, Adriana Sotero, lembrou que o Brasil é signatário da Resolução 64/292 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2010, que reconhece o direito à àgua potável e ao saneamento como direitos humanos. “Defender a água potável é defender a saúde da população, por isso precisamos defender a água pública”, assegurou.

Roberto Oliveira do MAB, no ato em defesa da água. Foto: João Roberto Lopes

Segundo o coordenador do MAB, Roberto Oliveira, a privatização da Cedae piorou os serviços de água e esgoto e a condição de vida da população trabalhadora do Rio de Janeiro, especialmente nas periferias.  Em 2024, foram registrados pelo menos15 rompimentos de adutoras na capital e Baixada, com duas mortes: uma idosa de 79 anos, em Rocha Miranda, e uma jovem de 18 anos, em Belford Roxo.  “Diversas organizações que compõem a Rede de Vigilância Popular no Rio, debatem o tema da água, do saneamento e da saúde. Não podemos deixar o capital privado tirar a água do povo do Rio, por isso convocamos as entidades e toda a população para construirmos uma grande plenária de luta em defesa da água potável e do saneamento ambiental”, conclamou.

Deputada Dani Monteiro, no ato em defesa da água. Foto: Reprodução Instagram

A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL), destacou a relevância do calendário de lutas de março: “Março das Mulheres,  março da Eliminação da Discriminação Racial, março de Marielle e março das jornadas da água. Dia 22 de março é o dia reconhecido como o Dia Mundial da Água. Na Alerj, conseguimos aprovar o projeto que transformou essa data no Dia Estadual pela Promoção da Segurança Hídrica e do Direito Humano à Água e ao Saneamento”, anunciou. Para Monteiro, é importante que 22/3 seja um dia de reflexão sobre o racismo ambiental, sobre como a água e o saneamento têm sido direitos sistematicamente negados ao campo, às favelas e às periferias.

Presidente do Sintsama, Vítor Duque, com a deputada estadual Dani Balbi. Foto: Fabiana Tavares

Na oportunidade, o presidente do Sintsama, Vítor Duque, entregou para a deputada estadual Dani Balbi (PcdoB), representante da Frente Parlamentar em Defesa de uma Cedae pública um dossiê, elaborado por esse sindicato e por várias organizações, com informações sobre  os riscos da abertura de capital da Cedae, além de cobrar a criação dos Conselhos de Saneamento contra a privatização da água e em defesa da tarifa social e tarifa zero.

Leia também a entrevista com o presidente do Sintsama