Nos próximos dias a PRESSENZA irá publicar uma longa entrevista em exclusivo com o jornalista, grande-repórter e escritor português de renome internacional Carlos Fino.

Carlos Fino (*) nasceu em Portugal e foi durante 40 anos repórter de rádio e televisão, correspondente de guerra, conselheiro de imprensa. Esteve no Leste da Europa, no Médio Oriente, no Brasil. Trabalhou sediado em Moscovo, Lisboa, Bruxelas, Nova Yorque, Brasília. Foi um jornalista premiado, escreveu livros e doutorou-se em ciências de Comunicação. Em 2022, regressou a Portugal para – como ele próprio diz – “não estar mais na boca de cena da política internacional e do jornalismo e levar uma vida mais tranquila” com a sua mulher. Logo à chegada a Portugal, no entanto, eclodiu a guerra da Ucrânia, cujo desenrolar o choca profundamente. Por isso decidiu agora fazer uma exceção e dar uma entrevista ao PRESSENZA sobre as suas experiências no Leste da Europa e as lições geopolíticas a tirar daí. A publicar aqui, na PRESSENZA, nos próximos dias!

No vídeo seguinte, que nos foi amavelmente cedido pela UTAD TV (da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal) e está datado de 6 de Abril de 2022, Carlos Fino foi entrevistado por Francisca Barros sobre a sua carreira jornalística. Uma boa oportunidade para o conhecermos melhor:


(*) Carlos Fino

1948: Nasce em Lisboa, mas vive e cresce no Alto-Alentejo (Portugal).

1967: Estuda Direito em Lisboa, é dirigente estudantil e membro do PCP na clandestinidade, sendo como tal perseguido pela PIDE, polícia política do fascismo.

1971: Atravessa a fronteira “a salto” (ilegalmente) rumo a Paris, seguindo daí para Bruxelas, onde obtém o estatuto de refugiado das Nações Unidas.

1973: Segue para a União Soviética, onde trabalha como locutor da Rádio Moscovo para Portugal e África de expressão portuguesa.

1974: No fim deste ano, e a seguir à Revolução dos Cravos, regressa a Portugal e colabora com vários jornais e a antiga Emissora Nacional (EN).

1975: Em finais deste ano, regressa a Moscovo, mas desta feita como correspondente internacional da EN e, mais tarde, da Rádio Televisão Portuguesa (RTP).

1982-1989: Trabalha na RTP em Lisboa como repórter, apresentador e comentador.

1989-1995: De novo em Moscovo, cobre como jornalista o desmembramento da União Soviética e a democratização do Leste da Europa: Rússia, Roménia, Bulgária, Checoslováquia, RDA, Polónia e Hungria, assim como os conflitos na Abkhásia, Geórgia, Nagorno-Karabakh, Moldávia, Chechênia e Afeganistão.

1995- 1998: Correspondente da RTP em Bruxelas;

1998-2000 – Correspondente da RTP em Washington

2000-2004: Cobre várias guerras e conflitos: Albânia, Palestina, Afeganistão, e também a invasão do Iraque em 2003 pelas tropas americanas, sendo o primeiro repórter do mundo a transmitir imagens ao vivo do início dos bombardeios americanos a Bagdad.

2003: Publica o livro “A Guerra em Directo”, com a chancela da Verbo;

2004-2012: Desempenha funções na diplomacia como conselheiro de Imprensa da Embaixada de Portugal no Brasil nos dois primeiros mandatos do presidente Lula da Silva.

2013: Aposenta-se e mantem-se no Brasil.

2019: Doutoramento em “Ciências de Comunicação” pela Universidade do Minho, em Braga com uma tese que serviu de base ao seu novo livro “Portugal-Brasil: Raízes do Estranhamento” publicado em 2021.

2022: Regressa a Portugal e ao “seu” Alto Alentejo.

Carlos Fino recebeu, ao longo da sua carreira de jornalista, inúmeros prémios e condecorações, nacionais e internacionais. Tem cerca de 37.000 “followers” no Facebook, tendência crescente.



A Redação de Portugal da PRESSENZA publicou também a 27/12/2022 uma leitura crítica de Vasco Esteves ao último livro de Carlos Fino sobre as relações entre Portugal e o Brasil: Portugal-Brasil: as Raízes do Estranhamento“. Ler esse artigo aqui.