Para além dos fatos apontados no artigo abaixo como explicações por assim dizer “externas” para a decadência da Europa (falta de dinamismo da economia europeia; subserviência em relação aos EUA; e caça aos cérebros europeus por parte dos norte-americanos após a 2ª Guerra Mundial), temos obviamente de apontar também as não menos importantes razões “internas” para essa decadência: foram os próprios europeus que, no século passado, se andaram a destruir uns aos outros em duas Guerras Mundiais. Só nessas guerras morreram no total cerca de 100 milhões de pessoas! E, especialmente por parte do regime nazi alemão, foram mortos milhões de civis simplesmente por serem judeus ou por pertencerem a minorias étnicas consideradas inferiores, ou por serem pessoas esquerdistas ou da oposição. Acrescem a isso as dezenas de milhares de intelectuais que tiveram de fugir para outros continentes e que já não voltaram mais.

“Europeu: aquele que tem nostalgia da Europa”. A frase é de Milan Kundera e dá o título a um artigo muito elucidativo de Teresa de Sousa no Público de 23 de Julho de 2023. O artigo contém elementos que ajudam a perceber a estratégia dos Estados para a Europa e porque a União Europeia (a Alemanha em particular) nunca poderia ser uma potência política, económica e tecnológica autónoma.

Carlos Matos Gomes
(*) Carlos Matos Gomes é um dos mais conceituados militares e historiadores da guerra colonial. Nasceu em 1946. A sua carreira militar iniciou-se em 1963. Cumpriu comissões durante a guerra colonial em Moçambique, em Angola e na Guiné, nas tropas especiais Comandos. Na Guiné foi um dos fundadores do Movimento dos Capitães e participou na primeira Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas (MFA). Militar no ativo até 2003, é atualmente Coronel na situação de reserva. Desenvolveu também uma carreira literária, com o pseudónimo de Carlos Vale Ferraz.

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