MÚSICA

Por Renan Simões

 

Em seu álbum de 1971, Roberto Carlos chega ao ápice como cantor romântico, em meio a arranjos suntuosos – cortesia de Jimmy Wisner – e melodias de cortar o coração. Entre os músicos participantes, encontram-se Rick Ferreira, Paulo César Barros, Lafayette e Altamiro Carrilho.

Detalhes, uma das sete composições em parceria com Erasmo Carlos, é um hino da dor-de-cotovelo, e é sucedida pela balada bluesística Como dois e dois, uma criação sublime de Caetano Veloso. No entanto, é a declaração apaixonada de A namorada, de Mauricio Duboc e Carlos Colla, que consiste no ponto alto do registro. A dupla Roberto e Erasmo, por sua vez, é responsável por outras composições incríveis: Traumas, que tem um quê de A máquina voadora, de Ronnie Von; as poderosas baladas De tanto amor e Amada amante; e a pregação funkeada e sempre necessária de Todos estão surdos. A faixa Se eu partir, composição de Fred Jorge, também é outro destaque emocionante.

O clima fica mais ameno em Você não sabe o que vai perder, de Renato Barros, e Eu só tenho um caminho, de Getúlio Côrtes, com seu refrão meio La bamba. Enfim, as coisas pioram na supérflua Debaixo dos caracóis dos seus cabelos e na aborrecível I love you, mas não há como finalizar a escuta sem estar apaixonado pelo que acabamos de ouvir.

Roberto Carlos, Roberto Carlos (1971), o clímax da canção romântica! Ouça, desfrute, reflita, repasse: