MÚSICA

Por Renan Simões 

 

Após sua feliz estreia no grupo Moto Perpétuo, Guilherme Arantes dá seguimento à sua prolífica carreira solo. Um ás da música pop, Arantes soube conciliar suas complexidades musicais com as expectativas do grande público, cimentando uma linguagem própria, que somou significativamente à música brasileira direcionada para as grandes massas.

Com músicos e arranjos primorosos, o álbum conta com dez composições originais do artista, e é inaugurado pela agradável A cidade e a neblina, com seu firme acompanhamento, à qual se segue a grandiosa canção Águas passadas. Bem que composições como Lamento lhe encontrar triste, Descer a serra (Sorocabana), Pégaso azul e Não fique estática poderiam ter ido direto para a lata do lixo. Entretanto, a sequência dos clássicos Meu mundo e nada mais e Nave errante compensa esses males, conduzindo-nos a uma transcendental contemplação. Além disso, as sacadas melódicas de Cuide-se bem e a introspecção trágica de Antes da chuva chegar enriquecem nossos vocabulários musicais e massageiam nosso espírito.

Se há uma qualidade a ser pontuada nesse álbum é a extensão das músicas: nunca demais, o que nos deixaria com raiva das músicas regulares, ou com certas reservas em relação às excelentes; e nunca de menos, o que poderia causar uma negativa sensação de que faltou algo. 

Guilherme Arantes, Guilherme Arantes (1976), canções eternas para os apaixonados! Ouça, desfrute, reflita, repasse: