MÚSICA

Por Renan Simões

 

No único álbum do Dorgas, de 2013, Gabriel Guerra, Cassius Augusto, Eduardo Verdeja e Lucas Freire criaram uma linguagem musical própria, de sonoridade cristalina, porém confusa; dançante, porém com ritmo descontínuo; de melodias elegantes, porém excêntricas; e com direito a um sem-número de elementos da música pop dos anos 80, reutilizados para fins escusos.

A mistura de tropicalidades a reverbs de Vice-homem sinaliza que a proposta da banda não é nada óbvia, vem do coração, e sobeja competência. A jazzística Faisão dourado (tendência e cor) é muito feliz em seus objetivos, enquanto Egocêntrica e Bósforo se apropriam de poderosos ganchos pop, em prol daqueles que amam essa linguagem, mas que não suportam as formas rasas pelas quais estas foram e são utilizadas pela grande mídia.

Em Campus Elysium, temos música instrumental tocada em imitação à música eletrônica, especialmente ao techno. É muito difícil definir se Hortência é uma música agradável ou um bizarro experimento em forma de canção. O clima fica mais ameno em Vander e Patricinha ingrata, mas Viratouro encerra o registro de forma bem impactante.

Dorgas, Dorgas (2013), o submundo da música pop retrô brasileira! Ouça, desfrute, reflita, repasse: