MÚSICA

Por Renan Simões

 

A imponente Meu bem anuncia que o príncipe da Jovem Guarda havia chegado, e não tinha como não se apaixonar por um cara lindo e cortês como esse. A fixação em Beatles é escancarada ao longo do álbum; afinal, são cinco versões e dois covers da banda: duas do álbum Help!, três do Rubber Soul e duas do Revolver – demonstrando o interesse de Ronnie Von pelos últimos lançamentos do grupo.

Destacamos, neste álbum, a importância de Fred Jorge, responsável por oito versões do álbum, e por sua produção, esta em parceria com Glauco Pereira; Fred Jorge, no texto da contracapa do LP, saúda Ronnie Von como uma renovação da música jovem, um príncipe do moderno iê-iê-iê.

Os grandes destaques ficam por conta de versões dos Beatles, especialmente para a já citada Meu bem, Pobre de amor e É só amor, respectivamente versões de Girl, Norwegian wood (this bird has flown) e It’s only love. Os dois covers de Beatles também apresentam um resultado bastante satisfatório. A porção morna do álbum é, sem dúvidas, as quatro versões sobre originais de Tommy Standen, transformadas em Pequeno príncipe, Soldadinho de chumbo, Meu mundo parou e Paraíso, que soam como apêndices dispensáveis em meio às outras faixas.

Há uma desafinação geral dos instrumentos, inconsistências da engenharia de áudio, mas o artista consegue se firmar como uma voz altamente original, com identidade sonora e aura bem particulares. O lendário Ronnie Von estava apenas no primeiro passo de uma carreira permeada por muitas rupturas e ressignificações.

Ronnie Von, Ronnie Von (1966), a estreia do príncipe da Jovem Guarda! Ouça, desfrute, reflita, repasse: