Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, 96% das pessoas assassinadas em todo o mundo eram mulheres trans ou pessoas transfeminadas. Deste percentual, 36% dos assassinatos aconteceram na rua e 24% na própria residência, conforme dados do projeto Transrespect versus Transphobia Wordwide (TvT), realizado pela ONG Transgender Europe (TGEU). O Brasil figura como o país mais perigoso para essas pessoas, já que 70% desses assassinatos ocorrerem na América do Sul e na América Central, e 33% deles no país (des) governado por Bolsonaro.

De acordo com a TGEU, esses dados indicam uma tendência preocupante no que se refere a  misoginia, racismo, xenofobia e ódio às profissionais do sexo, pois a maioria das vítimas é formada por mulheres trans negras e mestiças, migrantes e profissionais do sexo. A ONG enfatiza, ainda, que esses números são apenas uma pequena amostra da realidade, porque muitos dos assassinatos permanecem sem registro ou são identificados de maneira equivocada.

A maior parte dos dados que deram origem ao documento foi coletada em países com uma rede estabelecida de rastreamento de organizações trans e LGBTQIA+. Entretanto, na maioria dos países, os dados não são coletados sistematicamente. Ainda conforme a Organização, a maior parte dos casos não é notificada e, quando a notificação ocorre, recebe pouca atenção.

De acordo com a TGEU,  desde o início da coleta de dados, 2021 mostrou ser o ano com o maior número de mortes de pessoas trans e de gênero diverso, com 375 assassinatos registrados entre 1º de outubro de 2020 e 30 de setembro de 2021, o que representa um aumento de 7% em relação a 2020.

O Brasil continua sendo o país que mais notificou (125), seguido do México (65) e dos Estados Unidos (53). O TGEU afirma que os dados mostram que um total de 4.042 pessoas trans e de diversos gêneros relataram ter sido assassinadas entre 1º de janeiro de 2008 e 30 de setembro de 2021. Para informações mais completas, acessar https://transrespect.org/es/tmm-update-tdor-2021/.