CULTURA

Por CWeA Comunicação

 

A partir de 9 de outubro de 2021, estará aberto à visitação pública o novo espaço do Museu do Pontal, próximo ao Bosque da Barra, com atividades voltadas para as crianças, como espetáculos de teatro de mamulengos, de palhaços, perna de pau, diversas oficinas – uma especializada para bebês, e outra com o artista Getúlio Damado, de Santa Teresa, conhecido pelos bondinhos que cria – além de contação de histórias e experiências sensoriais.

 

Museu do Pontal, Rio de Janeiro

Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca 

[ao lado do condomínio Alphaville Residências]

Entrada gratuita [ou contribuição voluntária]

Protocolo anti-Covid

Quinta a domingo, das 10h às 18h

Ingressos gratuito ou com contribuição voluntária, pode ser retirado no local ou via Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/69316

Exposições: capacidade para 150 pessoas por hora

Oficinas: capacidade variada

 

Oficina brincadeiras musicais

 

O Museu do Pontal abre ao público no dia 9 de outubro de 2021, e dedica às crianças sua intensa programação neste mês. Serão apresentados espetáculos de teatro de mamulengos, de palhaços, perna de pau, diversas oficinas, como uma especializada para bebês, e outra com o artista Getúlio Damado, de Santa Teresa, conhecido pelos bondinhos que cria, além de contação de histórias, experiências sensoriais, entre outras atividades. As inscrições devem ser feitas na bilheteria do Museu, e nas atividades com capacidade limitada, o critério será por ordem de chegada. 

Instalado em um terreno de 14 mil metros quadrados, próximo ao Bosque da Barra e ao lado do condomínio Alphaville Residências, o Museu do Pontal possui dez mil metros quadrados de área verde, onde estão plantadas dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras. Esta inauguração é resultado de uma grande colaboração coletiva que envolveu mais de mil pessoas e empresas como BNDES, Instituto Cultural Vale, Itaú Cultural, entre outras, a partir da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. E ainda, especialmente, o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus) e a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Referência internacional em arte popular brasileira, com mais de nove mil obras de 300 artistas – o maior acervo do gênero –, e de relevância reconhecida pela Unesco, o Museu do Pontal inaugura sua nova sede com o conjunto de seis exposições “Novos ares: Pontal reinventado”, que mostram a riqueza e a diversidade do Brasil, marcando este importante momento na história do Museu. A curadoria é de Angela Mascelani, diretora artística do Museu do Pontal, e de Lucas Van de Beuque, diretor executivo, com a colaboração da designer Roberta Barros e do arquiteto Raphael Secchin no desenho expositivo, pesquisa Moana Van de Beuque e coordenação de conteúdo de Fabiana Comparato

 

 

PROGRAMAÇÃO EDUCATIVA 9 e 10 de OUTUBRO

Com coordenação de Cecília Einsfeld, a programação educativa deste fim de semana, em torno de uma hora de duração por cada atividade, é a seguinte: 

  • 10 de outubro de 2021

10h e às 15h30 – Teatro de Mamulengo com o espetáculo “A Sambada de Simão nas Terras de São Saruê”, de Adiel Luna – Classificação livre, com duração de 1h (30 vagas).

Com manipulação dos mamulengos feitas por Adiel Luna e Ana Rudge, e os músicos Jeferson Leite (rabeca), Débora dos Santos (percussão e voz) e João Aquino (zabumba e voz), o espetáculo conta a história de Simão, que em busca de encontrar o caminho para as terras de São Saruê, passa por vários terreiros da tradição popular, onde desafia e é desafiado em sambas, toadas e loas, por mestres e mestras da cultura popular, enriquecendo a viagem de música, cor e poesia.

O mamulengo é uma manifestação característica popular e artística do Nordeste, e patrimônio imaterial brasileiro. Historicamente, o teatro de bonecos do Nordeste tem relação social, econômica e política direta com o meio onde se insere. Nascido em Carpina, na Mata Norte, região nordeste de Pernambuco, terra de grandes mestres mamulengueiros como Solón, Miro, João Galego e Saúba, Adiel Luna vem de uma família de artistas populares, fez sua formação com elementos do circo, poesia popular, sambadas de maracatus e cavalo marinho, corridas de argolinhas e do mamulengo.Em paralelo a sua carreira como músico e poeta, Adiel criou e vem circulando com o Mamulengo Flor Mimosa, tendo circulado por Goiás, Brasília, Mato Grosso, Alagoas, em comunidades quilombolas, indígenas e mostras de teatro em Pernambuco. Ao incorporar música, dança, poesia popular, mamulengos e ventriloquia, e com a criação de personagens como Canarinho do Norte, Quitéria do Ganzá, Mané Cafôte e o Velho Deboche, promove uma viagem pelo universo dos brinquedos da tradição popular nordestina há cerca de oito anos. Adiel Luna tem se apresentado em escolas públicas, utilizando o repente, o improviso, a vivência com produções cênicas, como mestre de maracatu, repentista, coquista, embolador, cantador de viola, aboiador, cordelista e forrozeiro. Todo esse conhecimento a serviço da composição de roteiros, loas e cantigas para a criação do Presépio de Mamulengos Flor Mimosa, trabalhando tanto temas da tradição quanto temas contemporâneos. 

11h, 14h30 e 16h30 – Visita Musicada pela Arte e Cultura Popular Brasileira, com os arte-educadores Beatriz Bessa e Pedro Cavalcante, com duração de aproximada de 1h30, classificação livre (15 vagas).
As visitas musicadas foram criadas para atender a uma demanda de turistas brasileiros e estrangeiros que querem conhecer mais a arte popular do Brasil. Os roteiros são adaptados às diferentes faixas etárias e alguns temas podem ser priorizados durante a visita, de acordo com a solicitação dos visitantes. São visitas lúdicas que mexem com a memória afetiva dos visitantes. São utilizados diferentes instrumentos musicais que tocam ritmos tipicamente brasileiros como samba, forró, coco, jongo, maracatu, ciranda e capoeira, entre outros, sempre de acordo com o tema abordado no acervo. Além da música, outras linguagens como o teatro de bonecos, o cordel, a “contação” de histórias, desafios, trovas e versos são também utilizadas tornando esta experiência única, dinâmica e participativa. Durante a visita, os participantes são estimulados a refletir sobre a diversidade cultural brasileira, as relações entre o mundo do campo e o das grandes cidades, os processos migratórios, as diferentes profissões, as práticas sociais, as relações familiares, as festividades, a espiritualidade e, ainda, sobre questões próprias ao universo das artes plásticas, os processos criativos dos artistas e os materiais que utilizam para fazer suas esculturas. 

14h30 – Oficina Fazer Brinquedos, com Getúlio Damado, criador de maquetes do bondinho de Santa Teresa – A partir de oito anos de idade, vagas ilimitadas.

Na Oficina Fazer Brinquedos com o artista Getúlio Damado, os participantes terão a oportunidade de aprender a fazer esculturas populares como bonecos e pássaros utilizando diversos tipos de sucata (plástico, papel, madeira, eletrônicos e metal).

Getúlio Damado, 66 anos, mineiro de nascimento e carioca “de vida e coração”, é conhecido por seu Famoso Ateliê Chamego Bonzolândia, criado há 36 anos na Rua Leopoldo Fróes, 15, em Santa Teresa, que se tornou ponto turístico do bairro boêmio com seu “bonde-oficina”. Sua primeira obra, a maquete do bonde de Santa Teresa, foi toda feita em materiais recicláveis, sendo ainda mais um representante do movimento ecológico. A partir de uma exposição de seus trabalhos no Museu do Folclore, no Catete, ele participou nos anos 2000 de várias mostras no Brasil e no exterior, como uma no Museu do Pontal. Seu filho Victor Damado segue seus passos.

 

Imagem de BETH SANTOS

 

SEIS EXPOSIÇÕES INAUGURAIS – “NOVOS ARES: PONTAL REINVENTADO

O conjunto das exposições inaugurais se chama “Novos ares: Pontal reinventado”, marcando este importante momento na história do Museu. São seis exposições, uma de longa duração, e cinco temporárias, que reúnem 700 conjuntos de obras, com um total de cerca de duas mil peças. O Museu do Pontal terá um café/restaurante, uma loja, e uma extensa programação para todos os públicos.

Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque afirmam: “Estamos fazendo mais do que uma exposição. Estamos criando as bases de um novo pensamento institucional. Este pensamento tem a ver com uma outra forma de entender o Museu do Pontal e seu papel na sociedade. A exposição está ligada à concepção geral do projeto deste Museu em si. E abrange desde as discussões sobre a arquitetura e os jardins até a maneira como as histórias estão sendo contadas, os fluxos do educativo e a programação estabelecida”.

GILBERTO GIL, DONA ISABEL, AILTON KRENAK EJOSÉ SARAMAGO

Em meio às exposições, o público verá a riqueza da arte popular através de vídeos e textos poéticos, e em depoimentos de personalidades como Gilberto Gil, Dona Isabel, Ailton Krenak e José Saramago. O percurso expositivo de mil metros quadrados terá cores e aberturas em suas paredes, que permitem vislumbrar uma perspectiva do amplo espaço, de modo a revestir de magia e encantamento o mergulho do público no universo da arte popular.

“Novos ares: Pontal reinventado” abrange obras do acervo do Museu e de importantes coleções convidadas. A exposição de longa duração faz uma homenagem à proposta original de apresentação das obras do Museu do Pontal criada por seu idealizador e fundador, Jacques Van de Beuque (1922-2000), que estabeleceu uma maneira própria e inovadora para apresentar o Brasil profundo revelado por seus artistas populares. Esta concepção foi revisitada à luz de 2021, com uma nova compreensão dos ciclos criados por ele, que apontavam as transformações do Brasil com a migração da área rural para a cidade.

A ARTE POPULAR E SEUS CRIADORES

Em torno da exposição central estarão cinco outras exposições nucleares, temporárias, focadas na diversidade da produção artística do país, com esculturas que dialogam com temas fortes da cultura brasileira, a partir dos olhares originais de seus autores. 

  1. Brincares – Brincadeiras e brincantes

Obras interativas e cinéticas como “Circo”, de Adalton Fernandes Lopes (Niterói, 1938 – 2005), e os brinquedos de madeira de Antonio de Oliveira (Minas Gerais, 1912-1996). O local terá uma arquibancada lúdica, apropriada para estimular a curiosidade das crianças, com provocações e instigações. O acervo de mamulengos também abrirá espaço para pequenas encenações de teatro de bonecos. Em uma área contígua haverá jogos digitais interativos, para adultos e crianças. A sala de jogos trará desafios ligados às danças brasileiras, como frevo, jongo, carimbó, chula e funk.

  • Terra/Terra – O Jequitinhonha e suas tradições

Neste espaço que aposta num aprofundamento na dimensão matéricadas obras, o destaque são os artistas, em especial Noemisa Batista (1947), Dona Isabel Mendes da Cunha (1924-2014) e Ulisses Pereira Chaves (1929-2006). Em outro nível de leitura, provocamos o público a pensar sobre o significado do termo tradição, em tempos de tantas e aceleradas mudanças.

  1. Entre beiras e margens – Fogo, água, ar

Artistas do Alto do Moura, Pernambuco, como Mestre Vitalino (1909-1963), mostram em suas antológicas esculturas em barro a importância do fogo na feitura da cerâmica. Barcos trazem a energia primordial das águas do mar e do Rio São Francisco, com as carrancas de Mestre Guarany (1884-1985). Outros seres mitológicos, como as sereias e os barcos de presente a Oxum, estão nas obras de Zezinho de Arapiraca, Selvino (1941) e Tamba (1934-1987), da Bahia. Nhô Caboclo (1940), de São Paulo, e Laurentino (1937), do Paraná, com suas obras eólicas, que aludem à energia dos ventos.

  1. Poética da criação

Artistas cujas obras escapam às primeiras apreensões, fugindo aos temas consagrados historicamente na arte popular, reúnem-se nesse setor. São seres fabulosos, personagens fantásticas, criações ímpares. Neste espaço, há um diálogo maior entre as obras reunidas por Jacques Van de Beuque no Museu do Pontal e outras coleções convidadas, criadas tanto por indivíduos apaixonados por arte popular, como Irapoan Cavalcanti, Jorge Mendes e Jairo Campos, entre outros, como por acervos vindos de importantes instituições brasileiras, como SESC-SP e Itaú Cultural.  Aqui, os destaques são Manoel Galdino (1929-1996), do Alto do Moura, Pernambuco, GTO (1913-1990), de Minas, e Nino (1920-2002), de Juazeiro do Norte, Ceará, além de artistas inovadores da Ilha do Ferro, Alagoas.

  • Devoções

Em uma leitura livre e abrangente, esse setor apresenta a diversidade de expressões da , e os artistas vinculados às devoções populares, incluindo sua dimensão festiva. Os destaques, além dos ex-votos, são os artistas Otávio, e seus orixás, Mestre Didi (1917), da Bahia, e sua estética afro-brasileira, e Zé do Carmo (1934), de Pernambuco, com seus anjos negros. Uma sala especial reúne presépios – a um depoimento sensível de Caetano Veloso, sobre suas memórias de Natal. No trajeto, um encontro com as grandes engenhocas cinéticas de Adalton Lopes (1938-2005), de Niterói: a “Vida de Cristo” e o “Carnaval no Sambódromo”.

Retrato de Angela Mascelani, diretora artística do Museu do Pontal, e de Lucas Van de Beuque, diretor executivo – foto de Rogerio Von Kruger

Serviço: Museu do Pontal

Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, CEP

22790-711[ao lado do condomínio Alphaville]

Quinta a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30, meia hora antes do horário de fechamento do Museu)

Entrada gratuita [ou contribuição voluntária]
Ingressos no local ou por agendamento pela plataforma Symplahttps://bileto.sympla.com.br/event/69316

Protocolo anti-Covid

Será exigido comprovante de vacinação contra a Covid-19 (impresso ou digital), e o 

uso de máscara é obrigatório durante todo o período de permanência no Museu.

Canais digitais:

Site: http://www.museucasadopontal.com.br/

Instagram: @museucasadopontal

Youtube:www.youtube.com/museucasadopontaloficial

Facebook: @museucasadopontaloficial