ASSUNTOS INDÍGENAS

A votação é nesta quarta-feira em Brasília

 

Diversas manifestações nas principais capitais brasileiras marcam nesta quarta-feira (30), o protesto contra o “marco temporal”, que restringe a demarcação das terras indígenas no Brasil. A votação que acontece, daqui a pouco, a partir das 13 horas, no Supremo Tribunal Federal mobilizou cerca de 2 mil indígenas que, há duas semanas estão acampados a frente do Teatro Nacional.

A redação Presseza Brasil ouviu a vice-cacique da Aldeia Indígena Tekohá Dje’y, da cidade de Paraty, no Sul do Estado do Rio de Janeiro, Neusa Taquaporã sobre a expectativa para a votação. Segundo ela, este é um momento muito difícil para os povos indígenas, porque o marco temporal atinge diretamente a existência deles no Brasil:

“O governo brasileiro vem tentando constantemente apagar a história do povo indígena no Brasil. Com o projeto de lei do marco temporal, o governo quer exterminar os povos indígenas. O marco temporal determina que a partir de 1988 todas as terras que estão em processo de demarcação serão excluídas do processo, não podendo mais serem demarcadas,” afirmou Neusa.

A vice-cacique explicou que muitos territórios no Brasil ainda não foram demarcados e por causa disso a aprovação desse marco temporal seria tão grave. Ela informou que há terras aguardando demarcação há mais de 30 anos, o que viola a constituição brasileira, que garante que o processo de marcação deve durar o máximo cinco anos. Ela afirma que isso afeta e viola os direitos dos indígenas e pergunta: “Sem terra, onde nós iremos?”

Segundo informações da assessoria de imprensa do evento, em Brasília, os indígenas sairão em marcha, por volta das 13h30. E durante todo o dia haverá twitaço: #MarcoTemporalNao. Para marcar a vontade dos povos indígenas.

Foto realizada pelo Tekohá Dje’y