ARTES VISUAIS

 

 

Por CWeA Comunicação

 

Com visitas por agendamento, e protocolo anticovid, além de um tour virtual disponível no site https://www.simonecadinelli.com, público pode ver o conjunto de obras inéditas produzidas pela artista em suas técnicas singulares a partir de escombros de casas do Pontal de Atafona, praia no norte fluminense, que está sendo tragada pelo mar.

 

 

Simone Cadinelli Arte Contemporânea prorroga até 11 de junho de 2021 a exposição “Escombros, peles, resíduos”, com trabalhos inéditos da artista Jeane Terra, criados a partir de várias técnicas e processos singulares que ela vem desenvolvendo nos últimos anos – incluindo os meses do isolamento social – tendo como ponto de partida os escombros das casas do Pontal de Atafona, praia no norte fluminense que está sendo tragada pelo mar. A exposição ocupa toda a galeria, onde além das pinturas secas – ou “pele de tinta”, processo que criou e que agora está patenteado –, estão reunidas esculturas, fotografias, um bordado e duas instalações: uma escavação na parede e uma ocupação da vitrine, que dá para a Rua Aníbal de Mendonça, em Ipanema. 

Por conta do protocolo anticovid, a galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h, sob agendamento prévio, que pode ser feito pelos telefones+55 21 3496-6821 e +55 21 99842-1323 (WhatsApp), ou email contato@simonecadinelli.com

A exposição pode ser vista ainda por um tour virtual, disponível no site https://www.simonecadinelli.com/.

A exposição reúne, em curadoria de Agnaldo Farias, um grande conjunto de trabalhos da artista, que discute a memória habitada em destroços de casas, e agora, de maneira mais ambiciosa, de quarteirões inteiros, que foram engolidos pelo mar em Atafona. Os trabalhos expostos são resultantes da imersão que a artista fez em janeiro de 2020 naquele local. Jeane Terra, mineira radicada no Rio, transforma seu ateliê em laboratório, onde “tudo é experimental”. “Sempre estou buscando algo novo, e gosto da dificuldade, de trabalhar o erro e o acerto, da surpresa que me aguarda diariamente no trabalho”. 

Agnaldo Farias, curador da exposição e autor do texto crítico, destaca que acompanha o trabalho de Jeane Terra desde o início de sua trajetória.  “O trabalho dela tem muita força, e é um privilégio fazer esta viagem por ele”, diz. “É impressionante o fato de ela se chamar Jeane Terra, e ter esta pesquisa muito particular”. 

 

Jeane Terra_instalação na vitrine da galeria Simone Cadinelli_140 peles de tinta_crédito Fernando Souza

 

  • MONOTIPIAS EM PELE DE TINTA

Técnica inventada por Jeane Terra, em que ela faz “uma tatuagem” de uma imagem na pele de tinta – composto de pigmentos e aglutinantes que conferem elasticidade ao material, como uma “pele de tinta”em grande formato, até 1,10m. As imagens impressas são fotografias que a própria artista fez em Atafona.  

 

  • PELE DE TINTA, MONOTIPIA SECA, PONTO CRUZ

A imagem de um barranco cavado pelo mar, onde restos de casas se mantêm equilibradas em seu topo, pode ser vista em três diferentes trabalhos da artista: a fotografia“Miragem” (2020), o bordado em ponto cruz “Miragem Tecida” (2020), e “Pele Mirada” (2020), uma “pintura seca”, ou “pele de tinta”, técnica criada pela artista que chamou a atenção de críticos e curadores como Paulo Herkenhoff, que incorporou à coleção do Museu de Arte do Rio (MAR) a obra “O Salto” (2017), a primeira em que Jeane Terra usou este processo. Cada trabalho desses pode demorar até quatro meses para ser finalizado. 

Sete obras são com a técnica de “monotipias secas”, criada pela artista, entre elas “Receita” (2020), que traz a imagem do programa de bastidor, em ponto cruz, usado pela artista em seus trabalhos.

 

  • ESCOMBROS, MEMÓRIA ETERNIZADA

Na entrada da galeria Simone Cadinelli, Jeane Terra fez uma escavação na parede, que percorre fragmentos de escombros instalados ali, com o desenho do mapa do Pontal de Atafona, que não existe mais.  A artista folheou a ouro a escavação que fez. 

 

  • MONOTIPIAS EM ESCOMBROS SUBMERSOS

Jeane Terra observou que quando a maré baixava, e o mar recuava, era possível ver semienterrados muitos destroços do que haviam sido casas. Na maré baixa, ela fez monotipias em pedaços de escombros, usando silicone. A partir deste molde, a artista recriou os escombros submersos em concreto, com interferências em folha de ouro. 

 

SOBRE A ARTISTA

 

Artista mineira (1975) radicada no Rio de Janeiro, Jeane Terra frequentou diversos cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e cursou por dois anos o bacharelado em artes plásticas na Escola Guignard, em Belo Horizonte, entre outros cursos na área. Foi assistente da artista plástica Adriana Varejão por dez anos. Sua pesquisa está atrelada à memória e suas subjetividades, investigando fragmentos e nuances da transitoriedade das cidades, do apagamento urbano, do crescimento desenfreado das urbes e de sua ocupação. Muitas vezes autorreferente, seu trabalho gravita a usina ruidosa de onde vem a substância de sua memória. Trabalhando com diferentes suportes, se dedica especialmente à pintura, escultura, fotografia e videoarte.

Com treze anos de trajetória, participou de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior, das quais se destacam: “Como habitar o presente? Ato 1 – É tudo nevoeiro codificado” (julho e agosto de 2020) e “Como habitar o presente? Ato 3 – Antecipar o futuro” (outubro de 2020 a 16 de janeiro de 2021), Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; “O ovo e a Galinha”, Galeria Simone Cadinelli, Rio de Janeiro, “Exposição 360”, Museu da República, no Rio de Janeiro, “Brasil Arte Contemporânea”, Museu Ettore Fico, Turim, Itália, “Abre Alas ”, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro(2019);  “Projeto Montra”, em Lisboa, em 2013; “Nova Escultura Brasileira- Herança e Diversidade”, na Caixa Cultural Rio de Janeiro,  em 2011; e, Biwako Biennale, Japão, em 2010; individual “Um olhar Invisível”, no Centro Cultural dos Correios, Rio de Janeiro, e a individual  “Inventário”, na Cidade das Artes, Rio de Janeiro, em 2018.

 

Serviço: “Jeane Terra – Escombros, peles, resíduos”

Simone Cadinelli Arte Contemporânea

Visitação pública: 8 de março a 11 de junho de 2021

Será observado todo o protocolo contra o covid

Rua Aníbal de Mendonça, 171, Ipanema, Rio de Janeiro 

Segunda a sexta-feira, das 13h às 18h. Aos sábados, sob agendamento.

Agendamento: +55 21 3496-6821 | +55 21 99842-1323 (WhatsApp)

Patrocínio: Grupo Petra Gold 

Rua Aníbal de Mendonça, 171, Ipanema, Rio de Janeiro 

Entrada gratuita

Canais virtuais: 

Site – https://www.simonecadinelli.com/

Facebook – @galeriasimonecadinelli/

Instagram – @simonecadinelli.com/

Email – contato@simonecadinelli.com