POEMA

 

 

Para envelhecer
Para encher, sem derramar
Pelo carma de despercebido passar
Pela taxa de sucesso com homens desde os 48 anos de:
registrar dois dígitos negativos
… e ainda caindo (ai meu Deus)

Por ninguém fazer fila na minha porta
ou encher minha caixa de correio
nem mesmo ex-amantes oferecendo idolatria nostálgica
Por imaginar, às vezes, que sou facilmente descartado, esquecido
E o constrangimento que isso ainda pode me causar
Devido a minha imperfeiçãooooooo
Minha insistência num caminho diferente
Arrogância em escolher a solidão
Na realidade, um vácuo de opções
Em qualquer lugar nas proximidades do aceitável
Pela primeira tristeza, pelo aplauso não reiterativo
o silêncio gélido devolvido por milhõessssss
Para o que ainda sou secretamente indiferente
… Por cerca de 5, longos, minutos
Por não ter visto
Por não ter escutado
Não ter feito nada
Ainda sou abençoado
Por uma chuva de maná, proteção, benevolência
(assunto –Eu sei– que muda sem aviso prévio)
Por andar na rua sempre que posso
Pela impossibilidade agora chegando ao fim

De parecer lustroso e brilhante
ainda assim indo mais do que nunca
Falando por falar, pavoneando minhas coisas
Superando o famoso esquecimento
Felizmente, sem patrocínio do importante

Por ter quase não oferecido jantares
Realizou poucas festas
Embora, sem necessidade de ocasião, dando presentes em grande quantidade
para compensar sua falta de savoir faire
e orçamento historicamente limitado
por escrever poemas horríveis que soam todos iguais
por herdar muitas das características ruins da mãe
e não às suficientemente boas do pai

Por ver o que vejo
Sentir o que sinto
Saber que eu não posso evitar
E no passado- certamente no futuro também-
em consequência evitou
ao menos
educadamente deixado sozinho.
…. Eu tive que esquecer a mim mesmo
Aceitar a mim mesmo agora
Inclusive acima de tudo
Apesar do que esqueci ou deixei de fora.


 

Traduzido por Mychelle Medeiros / revisão por Larissa Dufner