POEMA

Minha mente despertou certa manhã, 

murmúrios e maldições rondavam meus pensamentos

Não era você!

Não pode ser tão insensata!

Morreu em vida!

 

 Que tipos de conjeturas são essas?

Perguntava o meu coração ardente

Destroçada pelos juízos,

prisioneira de minhas próprias correntes,

julgada por minha cingida consciência aprisionada,

sem saber para onde olhar

 

 Gasta e subjugada,

emudecida e acuada,

saí deste holocausto,

que a cada dia evaporava meus sonhos

E transmutava meus poderes em medos

 

 Entre serpentes que cobriam meu corpo,

feitiços que devolviam meu alento,

mulheres que bordavam minhas mitocôndrias,

escarchas que me maquiavam de violeta,

vi o renascer de minhas correntes fluidas

 

Água brota de meus poros ocultos,

chamas de fogo se concentram em minha cabeleira,

sapiência surge do meu respirar

E minha entropia me faz voar

 

Hoje guio minha própria luz,

Sou soberana do meu santuário, 

Cuido de minhas células tenras que adoecem,

Custodio o caminho de minhas irmãs,

Removo o matagal que cobre os trajetos

E alimento os beija-flores que trazem boas novas.


Traduzido do espanhol por Nathália Cardoso / Revisado por Tatiana Elizabeth