CULTURA

 

 

Por CWea Comunicação

 

 

As ceramistas Ducarmo Barbosa (Minas) e Socorro Rodrigues (Pernambuco), a quilombola e congadeira Sanete Esteves de Sousa (Minas) e o fotógrafo Lori Figueiró (Minas) vão conversar sobre a presença da mulher na tradição popular. O encontro será mediado pela antropóloga Joana Corrêa, residente em Minas.

19 de abril de 2021, às 17h

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O Museu do Pontal, no próximo dia 19 de abril, às 17h, promove em seus canais no Youtube e Facebook o encontro virtual “Artes e Saberes Femininos na Tradição Popular”, com a presença das ceramistas Ducarmo Barbosa (Minas Novas e Turmalina, Minas) e Socorro Rodrigues (Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco), a ativista cultural e congadeira Sanete Esteves de Sousa (Quilombo Mocó dos Pretos, Berilo, Minas) e o fotógrafo Lori Figueiró (São Gonçalo do Rio das Pedras, Serro, Minas). A conversa terá mediação da antropóloga e gestora cultural Joana Corrêa (Milho Verde, Serro, Minas). 

O evento celebra ainda o lançamento da segunda edição do livro “Mulheres do Vale, substantivo feminino”, de Lori Figueiró, pelo Centro de Cultura Memorial do Vale, no Serro, Minas. 

A conversa abordará as vivências das mulheres e os atravessamentos de gênero em contextos de cultura e tradição popular. No Alto do Moura, a arte popular começa como uma tradição masculina a partir da obra do Mestre Vitalino, seguido por nomes como Zé Caboclo – pai de Socorro Rodrigues –  e Manuel Eudócio e Manuel Galdino, entre tantos outros. Somente nas gerações seguintes as mulheres passaram a atuar e serem reconhecidas como artistas e ceramistas. Já na região do Vale do Jequitinhonha, em Minas, a tradição de arte cerâmica nasceu pelas mãos de artistas mulheres, como Dona Isabel Mendes da Cunha, da comunidade Santana do Araçuaí, Ponto dos Volantes, e de Noemisa, de Caraí, entre tantas outras. Lá, ao contrário de Alto do Mouro, foram os homens que se inseriram posteriormente no campo da arte e do artesanato popular. Sanete Esteves de Souza, quilombola, congadeira e gestora de cultura, abordará também os aspectos interseccionais e raciais que perpassam os desafios de ser liderança e artista no campo da cultura popular.

As lives do Museu do Pontal contam com o patrocínio do Instituto Vale, do Itaú e do BNDES por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

SOBRE OS PARTICIPANTES

  • Socorro Rodrigues – Natural da comunidade do Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco, é filha dos artistas populares Zé Caboclo e Dona Celestina. Socorro se iniciou na arte do barro, aos 6 anos, observando o trabalho dos seus pais, contemporâneos de Mestre Vitalino. Aos 9 anos, começou a desenvolver seu trabalho em arte figurativa, em miniaturas, apresentando tamanhos variáveis, medindo entre três a dez centímetros. Socorro criou em miniaturas esculturas tradicionais da localidade, como “voltando da roça”; “bumba-meu-boi”; “presépio”; “retirantes”; e também peças que enfatizam as brincadeiras e a religiosidade. O Museu do Pontal conta com esculturas de Socorro em seu acervo. 

 

  • Ducarmo Barbosa – Artesã do barro em Turmalina, Maria do Carmo Barbosa Sousa nasceu em Minas Novas e mora no povoado de Campo Buriti, distrito de Turmalina, há mais de 30 anos. Quando criança, brincava com as pelotas de barro fazendo panelinhas na casa da tia Rosa, paneleira, com quem aprendeu o ofício da modelagem e a fazer utilitários em cerâmica decorativa. Hoje, Ducarmo produz bonecas, filtros, potes, utilitários, biojoias, divinos e flores, uma característica sua. Ministra oficinas de modelagem e faz pesquisa com o barro, para criar novas cores de tintas utilizadas para pintura das peças. Já participou de várias  feiras de artesanato e eventos culturais no Vale do Jequitinhonha, Minas e em outros estados brasileiros, sempre engajada e preocupada com as políticas públicas do artesanato. Atualmente, é vice-presidente da Associação Coqueiro Campo, coordenadora da Rede de Artesanato do Vale do Jequitinhonha, membro do Consec (Conselho Estadual de Políticas Culturais-Setor do Artesanato) e do conselho fiscal do Cearte (Centro de Artesanato Mineiro), e diretora do Instituto Sociocultural Jequitinhonha, em Turmalina.

 

  • Sanete Esteves de Sousa – Nascida e criada na comunidade de Mocó dos Pretos, no município de Berilo, é ativista na luta pela manutenção da cultura e valorização da questão quilombola, e foi diretora da Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais. Atua diretamente nas diversas associações do município e integra o Congado Batuque dos Quilombolas. Atualmente é coordenadora de cultura do município de Berilo.

 

  • Lori Figueiró – Fotógrafo e videodocumentarista, nasceu em Diamantina e é membro-fundador do Centro de Cultura Memorial do Vale, organização da sociedade civil, com sede em São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro, Minas. Há 20 anos se dedica ao registro cuidadoso e afetivo de pessoas que guardam saberes e culturas do Vale do Jequitinhonha, que por meio de relações de amizade revelam seu olhar íntimo do cotidiano. O Centro de Cultura Memorial do Vale tem como propósito integrar, fortalecer e revelar os modos de viver do povo do Vale do Jequitinhonha, e foi contemplado em 2021 com recursos do edital da Lei Aldir Blanc de apoio a ações emergenciais no campo da cultura, realizado pela Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de Minais Gerais e o Ministério do Turismo, com parceria da Rede de Pontos de Cultura de Minas Gerais. O projeto envolve muitas iniciativas culturais e apoio a cerca de quarenta microprojetos em oito municípios do Vale do Jequitinhonha.

 

  • Joana Corrêa – Antropóloga, mestre e doutora pelo PPGSA/UFRJ, é gestora cultural com atuação nos campos de culturas populares, música e patrimônio. Atuou por dez anos como coordenadora institucional do Museu Casa do Pontal, e desde 2013 mora no Alto Jequitinhonha, no distrito de Milho Verde, em Serro, Minas. Foi professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), em Diamantina. Atualmente atua na equipe de gestão do Instituto Milho Verde, e participa de diversos projetos e laboratórios de pesquisa nas áreas de antropologia e patrimônio.