POEMA

 

 

 

 

Venho da morte despertando,

pela coluna errante da vida

vejo uma vertigem surda que não deve me assustar.

Venho da terra despertando

por suas claras espigas.

Venho de muito longe

atravessei regiões antiguíssimas

nas ondas do vento.

E venho despertando nesta luta

querendo iluminar meus próprios ombros.

 

Sou guerreira e ferida

Escuto nas pastagens a batalha

cavalgando na grama.

 

Eu teci uma cesta.

Aqui onde a terra fica dura

reuno as estrelas.

 

Tenho no meu coração como uma noite

que deve ser atravessado.

Tenho a suavidade do veludo

protegendo minhas costas.

Canto para as montanhas.

 

Venho do mar, de um dia

em que aquela cidade cantou minha pátria

em suas águas de prata.

Venho do mar morrendo

e a água são minhas lágrimas.

 

Eu recolho os fios dos céus

percorro as entranhas.

A flecha me acertou.

 

Cheguei a saber uma oração

com três sábias palavras.

Venho da morte despertando


 

Traduzido do espanhol por Mercia Santos / Revisado por Tatiana Elizabeth