RETRATOS

 

 

Por Guilherme Maia 

 

Como é bom ter amigos! Amizade transcende tudo: os porquês da vida, os íntimos e os em sociedade. 

Amigos de infância, amigos de alinhamentos astrológicos ou mesmo amigos de luta. São tantos os títulos que conservam um primeiro suspiro de harmonia entre dois ou mais, mas o que permanece enigma é qual o sentimento que conjuga alegrias e tristezas e, mesmo nos altos e baixos, mantém esse sonho comum. 

Amizade e utopia possuem origens de desejos em comum: porque sempre haverá a vontade de estar junto e que não haja adeus! Não há utopia de um, pelo menos não na raiz etimológica ressignificada por Thomas Morus – Utopus (HARMONIA ENTRE INDIVÍDUOS, antecedendo pelo grego lugar nenhum), – ora esse lugar não é físico, é compartilhado pela alma dos que se deixam envolver.

Não é um simples “lugar nenhum”!, É  um desejo de perfeição, um desejo de estar-com-o-outro. Amizade e utopia formam um dístico vitalmente necessário para lidar com as mazelas do presente e do combate final à descrença.

Aqui no Pressenza temos uma Utopia, comungamos de um desejo de dignidade da pessoa humana, de afirmar um porvir livre e consciente, sem espaço para alienações e vãs formas de dominação/discriminação. Aqui contamos histórias que pertencem a todos! Por isso, o sentimento de amizade se conjuga à esperança.

Com esse sentimento aqui está uma seção de RETRATO entre companheiros. Um retrato e uma biografia dos que se aventuram a essa busca de uma utopia futura vivendo no presente a amizade.

Claro que os retratos não são coativos, ninguém deve ser coagido a se deixar retratar, mas o ideal é comum e aqui estamos todos pensando em como mudar o mundo pela compreensão dos erros de nossa sociedade atual e também cuidar de nossas amizades…. “Ninguém solta a mão de ninguém”… e vamos nos apresentar!

Eduardo Alves de Carvalho 

Poeta, cientista social pela UFRJ, cursou Ciências Econômicas, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ. Com 16 anos, Eduardo já era secretário de juventude do Partido dos Trabalhadores – PT. Posteriormente, atuou como secretário de formação política do partido, junto aos diretórios municipal, estadual e nacional, sendo também da secretaria nacional. Foi da Teologia da Libertação e atuou na Juventude Operária Católica e em Pastorais. Em Brasília, foi assessor do Sindicato do Servidores Públicos Federais – SINDSEP-DF, por dois anos, e assessor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – CONDSEF, por onze anos. Foi assessor do vereador Adilson Pires em seu primeiro mandato no Rio de Janeiro e foi chefe de gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo, por seis anos. Foi coordenador da Escola Popular de Comunicação Crítica – ESPOCC e, nos tempos de produção destes ensaios, foi diretor do Observatório de Favelas, situado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, atuando no Instituto Maria e João Aleixo – IMJA. Atualmente, Eduardo é coordenador pedagógico do projeto de formação política do Instituto Pensamentos e Ações para a Democracia – IPAD. A publicação de um livro de Eduardo, neste momento de sua vida, possui um valor simbólico imensurável. Sua trajetória brilhante e profundamente ética como intelectual orgânico da periferia e, sobretudo, na vida política, torna este livro um marco de sua trajetória, ainda viva, potente e criativa, apesar do contexto pessoal e das dificuldades que enfrenta diariamente por problemas de saúde. 

 

Por Adriana Portugal