Adaptando a sua proposta à nova normalidade, a rede, “Acampa pola Paz e o Dereito a Refuxio”, comemora seu quarto encontro em A Coruña com um olhar reflexivo sobre os saques.

Desde 12 de novembro até 14 de dezembro, os jardins de Méndez Nuñez serão ocupados pela obra gráfica de grande formato de um bom número de fotojornalistas, que documentaram o abuso de recursos e seus proprietários naturais em diferentes partes do mundo.

Podem ver as fotos jornalistas que se apresenta AQUI

A realidade, conforme destacada pelo coordenador da rede Acampa, Xosé Abad, é que

“saqueé a palavra que define melhor o sistema econômico que rege nosso modo de vida”

A pandemia mundial é, com certeza, o aviso mais certo que devemos retificar, acrescenta, lembrando que só a consciência e a determinação dos cidadãos poderão forçar a mudança necessária. À medida que isso acontece, o saque gera milhões de deslocamento forçados, por isso que a «Red Acampa» levanta a sua voz para defender o Direito ao Refugio por Expoliação.

Uma das imagens exibidas de Judith Prat ®

Judith Prat nos enfrentará a escravidão do século XXI, a mineração do coltán na República Democrática do Congo. As estimadas terras raras, vitais para a produção tecnológica de uso massivo nos países desenvolvidos, tem transformado o país em um cenário de guerra e morte. Sua riqueza, longe de trazer benefícios aos seus habitantes, dizimou aldeias e semeou sua geografia e memória com assassinatos sangrentos.

Uma das imagens exibidas de Pablo Ernesto Piovano ®

Pablo Ernesto Piovano nos apresenta o seu olhar sobre os prejuízos gerados pelo agronegócio nas comunidades argentinas que vivem no entorno dessas fazendas, documentando a doença, o sofrimento e a morte que o uso dos herbicidas glifosato vem causando durante décadas.

Uma das imagens exibidas de Akintunde Akinleye ®

O fotojornalista nigeriano Akintunde Akinleye que há mais de uma década documenta a exploração de recursos em seu país, nos convida a refletir sobre como as principais petrolíferas dos EUA extraem o ouro negro de suas terras ancestrais, no Delta do Níger, um negócio de milhões de dólares dos quais apenas sociedades estrangeiras e as elites locais se beneficiam, enquanto as comunidades que habitam esse ambiente sobrevivem cada vez mais empobrecidas e em uma paisagem cada vez mais devastada.

Uma das imagens exibidas de Víctor Moriyama ®

A realidade da Amazônia e dos saques em todo o Brasil vem das mãos do fotógrafo documentarista Víctor Moriyama, Clara Belchior e de uma mostra coletiva organizada pelo CMI (Conselho Indígena Missionário). Moriyama apresenta o trágico 2019 nesses territórios. Os grupos que operam extração ilegal de madeira e mineração, ou a produção de soja e pecuária intensiva cresceram desde que Bolsonaro assumiu o poder. Os conflitos agrários e as mortes de ativistas ambientais e indígenas foram exacerbados. No ano passado, mais de 8.000 focos de incêndio foram detectados na Amazônia brasileira provocando uma crise climática global.

Uma das imagens exibidas do CIMI ®

Clara Belchior e a mostra coletiva de CIMI, com fotos de Guilherme Cavalli, Tiago Miotto y Christian Braga, nos confrontam a luta indígena e mostram a dignidade e força dessas comunidades que se mobilizando em defesa das terras que habitam e que interpretam não como propriedade, mas como legado.

Uma das imagens exibidas de Javier Corso ®

Javier Corso traz até Coruña Dársena a dura realidade da mineração de jade na Colômbia, aproximando da mina Muzo capital mundial da esmeralda. E Luis de Vega nos leva numa viagem até à dura realidade atual da última colônia espanhola, o povo saharaui, esgotado de todos os seus recursos (fosfatos, areia, pescaria, hidrocarbonetos) pelo Rabat.

A pilhagem de Alcoa e o roubo da água da “marca Espanha” sofrido pela Guatemala.

A pilhagem não é algo que ocorre apenas em países pobres ou remotos. O camping Pola Paz e o Direito ao Refúgio querem também refletir sobre algo que está acontecendo muito próximo de nós. A ganância das multinacionais, a perversão do sistema capitalista, está esgotando o potencial industrial da comunidade galega.

As fábricas da Alcoa tanto em A Corunha como na Marinha, em Lugo, são atingidas até a morte. E por razões completamente alheias a sua produtividade ou a qualidade de seu produto. A luta dos trabalhadores nestes últimos anos chega à Marinha pelas mãos dos fotógrafos V. Casteleiro e Sandra García Rey.

Uma das imagens exibidas de Vanessa Casteleiro®

Esta exposição urbana de grande formato pode ser visitada de forma virtual, através do site da Rede Acampa.

Encontro on-line sobre pilhagem

O programa da quarta edição de “Acampa pola Paz e o Dereito a Refuxio” também incluiu um encontro on-line organizado em colaboração com a OCV (Gabiente de Cooperação e Voluntariado) da Universidade da A Corunha e a ong Ecos do Sur.

A palestra, aconteceu 26 de novembro às 19:30 horas (hora de Espanha) e às 12:30 horas (hora de Guatemala) com a participação do advogado e tabelião de Guatemala Juan Carlos Pelaez Villalobos e o responsável por Políticas e Campanhas do CONGDE e coordenador da campanha “Pobreza Zero” Pablo Martinez Osés. A palestra foi conduzida pelo escritor e músico Xurxo Souto.

A realidade da Guatemala, com as comunidades indígenas perseguidas em sua defesa do território contra os saques tem muito a ver com nosso país. Não foi em vão, que várias empresas “marca Espanha” drenaram os seus rios com a construção de minicentrais hidrelétricas, deixando esses povos sem habitat e sem recursos de sobrevivência…

Você pode acompanhar o video desse encontro AQUI.


Traduzido do espanhol por Ivy Miravalles / Revisado por Tatiana Elizabeth