A carta foi enviada por Baltasar Garzón, ex-juiz e presidente da FIBGAR (Fundação Internacional Baltasar Garzón), e Carlos Margotta, presidente da Comissão Chilena de Direitos Humanos (CChDH), juntamente com associações jurídicas internacionais.

O ex-juiz e presidente da FIBGAR, e Carlos Margotta, presidente da Comissão Chilena de Direitos Humanos, com o apoio da Associação de Juristas Democratas Italianos, da Associação Americana de Juristas (AAJ) e do Grupo  de Intervenção Jurídica Internacional (GIGI), enviaram uma carta à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet Jeria, solicitando que fossem tomadas medidas para “enviar urgentemente uma missão de observadores ao Chile, de forma preventiva, entre os dias 16 e 26 de outubro”. Na carta mencionam a repressão que afetou o país desde o chamado “surto social”, e denunciam que os responsáveis ​​pela chefia da Polícia Militar do país, em particular o Diretor-Geral dos Carabineros, Mario Rozas, “continua no comando da instituição, com uma política de apoio irrestrito aos seus subordinados, gerando um sentimento de proteção e favorecendo as violações dos direitos humanos”.

“Tanto que continuam existindo relatos de balas de chumbo e bombas de gás lacrimogêneo disparadas contra civis pela polícia, bem como um homicídio frustrado de um policial que jogou um menor no leito do rio Mapocho na última sexta-feira, 2 de outubro”, diz a carta.

“Aproximam-se datas importantes, como o primeiro aniversário da manifestação que vai ocorrer no dia 18 de outubro, mas também a celebração do plebiscito sobre uma nova constituição, que será realizado no dia 25 de outubro”, afirmam os signatários.

Os signatários da carta solicitam ao Alto Comissário das Nações Unidas que a missão de observadores dos direitos humanos possa, de forma preventiva, circular pelo país, “reportando, observando e fiscalizando as ações da polícia durante 10 dias, de 16 a 26 de outubro de 2020″.

“A prevenção parece ser fundamental nesse caso, pois temos motivos para temer um novo derramamento de sangue em um país que já foi brutalmente punido durante a ditadura, bem como recentemente na repressão aos manifestantes que pedem uma Nova Constituição, um pacto social, verdade, justiça e acima de tudo dignidade”, conclui a carta enviada à Alta Comissária da ONU, Michelle Bachelet.


Traduzido do espanhol por Marcella Santiago