Na Ocupação 9 de Julho, 100 organizações negras do Brasil receberão delegações de outros países

Igor Carvalho

Brasil de Fato

Entre os dias 28 e 30 de novembro, São Paulo receberá o primeiro Encontro Internacional da Coalizão Negra por Direitos, frente que reúne movimentos negros de todo o país e atua na luta por direitos da população negra brasileira junto ao Congresso Nacional e a fóruns internacionais. O evento ocorrerá na Ocupação 9 de Julho, na região central da capital paulista e contará com uma delegação de pelo menos 20 estrangeiros.

Os movimentos Black Lives Matter (EUA), Processo de Comunidades Negras (PCN – Colômbia), Confederación Comarca Afroecuatoriana del Morte de Esmeraldas (Equador) e JASS Stands for Just Associates (África do Sul) são alguns dos participantes.

Serão quatro mesas principais de debates. Entre os temas elencados para análise dos convidados, estão o enfrentamento ao racismo; conjuntura internacional e resistência diaspórica; resistências à violência do Estado e ao genocídio negro; disputa de poder institucional e incidência política.

Nos intervalos das mesas de debates, ocorrerão seis rodas de conversas, que tratarão de moradia, política de drogas, saúde da população negra, racismo religioso, feminicídio e educação.

Entre os participantes brasileiros, estarão a jornalista e escritora Bianca Santana, a socióloga Vilma Reis, a filósofa Sueli Carneiro, o educador Douglas Belchior e a fundadora do Movimento Mães de Maio Débora Maria.

Coalizão internacional

Douglas Belchior, um dos fundadores da Coalizão Negra por Direitos e um dos articuladores do seminário, explica que a função da organização é “criar unidade no movimento negro brasileiro para que possamos atuar no processo político nacional, nesse momento de avanço do fascismo. Não é possível que o povo, que é o maior alvo das violências no Brasil, não atue como protagonista dos seus próprios problemas e que não apresente as suas soluções, visto que as organizações políticas brasileiras não representam o povo negro brasileiro”.

Ainda de acordo com Belchior, o seminário é importante para construir uma corrente internacional. “Estamos provocando uma grande aliança do movimento afro-diaspórico que consiga conectar os movimentos nos países de herança colonial africana, os países que foram estuprados na África e que foram colonizados lá e aqui na América”, encerra o militante.

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