“Não há como vencer uma guerra atômica sem eliminar a civilização humana como a conhecemos hoje”, declarou Tony Robinson, produtor e coordenador do documentário The Beginning of the End of Nuclear Weapon (Dando Início ao Fim das Armas Nucleares – tradução livre), ao Sputnik, no dia internacional contra testes nucleares, 29 de agosto.  

Em 2 de dezembro de 2009, a Assembleia Geral da ONU estabeleceu o Dia Internacional contra Testes Nucleares, proposto pelo Cazaquistão. 

Em 29 de agosto, houve a comemoração do fechamento do local do teste nuclear que foi operado em 1991, em Cazaque,  território posteriormente integrado à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

A existência de uma bomba nuclear chocou e assustou o mundo quando, no dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos a usou pela primeira vez na cidade de Hiroshima, no Japão, além de, 3 dias, depois ter feito o mesmo em Nagazaki. 

Esses ataques afetaram diretamente centenas de milhares de vítimas, entre mortos e feridos, inclusive aqueles que ao longo do tempo sofreram danos causados pela radiação liberada pela bomba. 

Essa demonstração do poder americano motivou URSS, França e China a produzirem suas próprias bombas nucleares como obstáculo. 

“Há dez anos, no fórum da ONU em que essas questões eram discutidas, normalmente falavam as potências que possuíam armas nucleares. Diziam: ‘Nós precisamos delas para nossa segurança’’, falou Robinson, referindo-se ao dia da proibição do teste nuclear pela ONU. 

“Houve uma mudança a partir de 2010 e, ao invés de falar sobre as necessidades de segurança dessas potências, teve início um processo de discussão sobre os efeitos e as consequências para a humanidade”, declarou o editor da Agência Internacional Pressenza em Londres e produtor do documentário lançado em 29 de maio. O filme, que prosseguiu até 7 de julho de 2017, dia da aprovação por 122 países do Tratado a respeito da proibição das armas nucleares, analisa a história das lutas civis em diferentes partes do mundo contra o uso militar da energia nuclear.

“Aqueles que não têm armas nucleares, mas vivem sob sua ameaça, votaram a favor”, diz o filme.

Em uma das entrevistas do documentário, um médico disse: “podemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para preservar o estado de saúde de nossos pacientes, mas se houver uma bomba nuclear, nosso esforço será em vão, será um grande perigo para a saúde humana”, explica Robinson. 

Se uma guerra nuclear fosse desencadeada não haveriam vencedores devido à gravidade das consequências globais e da observação de que as bombas de Hiroshima e Nagazaki, neste momento, já haveriam sido superadas em termos de poder destrutivo. 

“Não há maneira de vencer uma guerra atômica sem eliminar a civilização humana como a conhecemos hoje”, declarou Robinson. 

Calcula-se que um possível confronto entre a Índia e o Paquistão “poderia acabar com a vida de até dois milhões de pessoas não apenas nesses territórios. Então, temos um problema importante e urgente para toda a humanidade”, concluiu. 

Tradução Karina Rebouças