Centrais sindicais ‘nunca estiveram tão unidas’, diz jornal português sobre greve geral; veja repercussão internacional

Jornais dos EUA destacam que ‘participação deve ser particularmente forte no Nordeste, bastião histórico do Partido dos Trabalhadores, principal partido da oposição’.

A greve geral que mobilizou milhões de trabalhadores em diversos estados do Brasil nesta sexta-feira (14/06) contra a reforma da Previdência e os retrocessos impostos pelo governo de Jair Bolsonaro ganhou destaque em vários veículos internacionais ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos, o Washington Post e o New York Timesrepublicaram a mesma nota da agência Associated Press, que explica: “por que se realiza uma greve geral no Brasil?”.

Segundo a reportagem, “a greve nacional promete mobilizar os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, e é a primeira desde a chegada ao poder do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro. Embora a maioria dos manifestantes esteja protestando contra uma reforma previdenciária que tramita no Congresso, outros estão nas ruas contra os cortes orçamentários na Educação Pública, contra uma economia lenta e a agenda conservadora do governo”.

Os periódicos ainda destacam que “a participação deve ser particularmente forte no Nordeste, o bastião histórico do Partido dos Trabalhadores, principal partido da oposição”.

Na Europa, o jornal português Público relata que “os sindicatos vêm esquentando os motores da greve desde 1º de maio, dia em que ela foi anunciada”. A matéria também comenta que a greve é “organizada por organizações politicamente distantes, mas que nunca estiveram tão unidas: a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical. E ambas fazem previsões otimistas”.

Na França, a rádio internacional RFI informa que “muitos transtornos são esperados nos transportes nesta primeira greve geral contra o governo de Jair Bolsonaro”. Ao se referir às razões da greve, especialmente à reforma da Previdência, a rádio diz que “os sindicatos temem que os mais pobres paguem o preço pela reforma”, e fez comentários curiosos sobre a postura de Bolsonaro sobre o tema: “eleito notavelmente graças aos votos dos aposentados, o presidente está envergonhado. Ele negou parcialmente seu ministro da economia, o principal arquiteto dessa reforma”.

Greve geral, Curitiba. Foto: Gibran Mendes/MidiaNinja

Já o portal russo RT destaca uma declaração do presidente da CUT, Vagner Freitas, em que ele avalia que “a greve geral é de todos. Nesta sexta não é para ir ao trabalho, é dia de ficar em casa, de cruzar os braços e dizer que nós não aceitamos ataques aos nossos direitos, à soberania nacional e à democracia”.

Em matéria fotográfica, a emissora multiestatal TeleSur mostrou a adesão de diversas categorias e movimentos sociais à greve geral em diversos estados do Brasil. “O presidente Jair Bolsonaro insiste em aplicar planos de cortes orçamentários contra setores sociais vitais na nação sul-americana como educação e saúde”, destaca.

O jornal argentino Página12 destacou a união entre os movimentos estudantis e as centrais sindicais e diz que as paralisações desta sexta-feira são herdeiras “da marcha multitudinária em defessa da Educação Pública e contra os cortes no orçamento que foram encabeçadas por estudantes no dia 15 de maio”.

“A greve de hoje conta com um respaldo unitário, e pouco frequente, de todas as organizações sindicais, lideradas pela CUT, ligada ao PT”, informa o periódico.

A britânica BBC traz a visão da oposição em relação à reforma da Previdência e diz que os opositores “dizem que os pobres serão os mais afetados”.

O artigo original pode ser visto aquí