Segundo sondagens de três institutos de pesquisa, Zelensky conquistou 73% dos votos, contra 25% de Petro Porochenko, que disputava a reeleição

Pesquisas de boca de urna divulgadas após o encerramento da votação no segundo turno da eleição presidencial na Ucrânia apontam uma vitória esmagadora do humorista Volodymyr Zelensky, 41 anos, um novato na política. Segundo sondagens de três institutos reunidos no consórcio “Exit Poll National”, o humorista conquistou 73% dos votos, contra 25% de Petro Porochenko, que disputava a reeleição.

A derrota devastadora de Porochenko, 53 anos, era anunciada há vários dias. Os eleitores ucranianos manifestaram nas urnas toda a sua desconfiança em relação ao dirigente e ao sistema político dominado pela corrupção.

As primeiras palavras do vencedor foram para as outras ex-repúblicas soviéticas: “Olhem para nós, tudo é possível”, afirmou Zelenski, reunido com simpatizantes em Kiev. O humorista ficou famoso por participar de uma série de TV, na qual interpreta um professor de história que vira presidente, em meio a uma classe política corrupta. No primeiro turno, em 31 de março, ele conseguiu o dobro de votos do adversário. Neste domingo (21/04), depois de votar, ele disse em tom descontraído e sorridente que estava feliz por ter conseguido “unir a Ucrânia”.

Poroshenko reconheceu sua derrota e parabenizou seu oponente, mas afirmou que, apesar da derrota, não pretende abandonar a política. “Eu aceito essa decisão, estou deixando o cargo, mas quero enfatizar com firmeza: não saio da política”, declarou. Os ucranianos voltarão às urnas para as eleições legislativas no final de outubro, quando devem renovar o Parlamento.

Durante a campanha, Poroshenko se apresentou como um defensor da identidade ucraniana e o único capaz de proteger a população das agressões russas, iniciadas com a anexação da península da Crimeia por Moscou, em março de 2014.

Na sexta-feira (19/04), os dois finalistas realizaram um debate marcado por acusações e insultos, em um estádio de futebol da capital, Kiev.

Líderes ocidentais, que apoiam o governo ucraniano em detrimento da Rússia, declararam que permanecerão ao lado do vencedor das eleições deste domingo.

 

 

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