Segundo nota expedida pela instituição, os policiais entraram no campus após o pedido de um dos seguranças, que havia entrado em litígio com crianças que moram no bairro. Após ser acionada, as forças policiais entraram na universidade fortemente armadas com submetralhadoras o que gerou forte tensão entre os estudantes.

“Segunda-feira, um conflito envolvendo crianças da comunidade que estavam no campus e um vigia da Unifesp provocou uma situação tensa e desnecessária. Ele alegou ter sido agredido por uma delas e sentindo-se ameaçado, acionou a Polícia Militar, aparentemente indicando uma ocorrência grave, o que fez com que várias viaturas respondessem à chamada e que policiais entrassem no campus sem que a Direção Acadêmica autorizasse.

A Diretora Acadêmica, Profa. Magali Silvestre, havia acabado de mediar o conflito e conversado com o líder da equipe de vigilância sobre o ocorrido. Embora seja de conhecimento de toda a equipe de vigilância, explicou mais uma vez que medidas vem sendo tomadas para superar os inúmeros problemas identificados causados por uma situação que é real e não pode ser ignorada, o fato de meninos e meninas entrarem no campus em situação de alta vulnerabilidade. Antes do ocorrido, durante toda a tarde, em ação conjunta entre a direção e um grupo de estudantes, as crianças foram acompanhadas e, finalmente, orientadas a irem para casa, pois não havia mais nenhuma atividade programada para elas.

Mesmo com todo o esforço de mediação, que vem acontecendo há tempos, o conflito ocorreu e a polícia foi acionada adentrando o campus. Após tomar conhecimento a Diretora imediatamente dirigiu-se à portaria e solicitou, com a ajuda de outros professores, que os policiais se retirassem deixando claro o exagero da abordagem e o clima de tensão desnecessário criado no campus colocando estudantes e servidores presentes em clima de estresse elevado e forte intimidação. Felizmente, a polícia se retirou sem que nenhuma ocorrência mais grave ocorresse.” – Veja a nota na íntegra aqui.

 

O uso da força desproporcional e a não autorização da direção local acendem um possível sinal de intimidação por parte dos policiais. É preciso frisar que o Campus da Unifesp em Guarulhos – que abriga os cursos de humanidades – é situado em uma região periférica e notoriamente conhecida pelos altos índices de violência e abusos policiais.

Imagens por Elson Silva