Por Rede Brasil Atual, RBA

O juiz federal Sérgio Moro aceitou o convite para ser o futuro ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O acordo ocorreu na manhã desta quinta-feira (1), em encontro na casa de Bolsonaro, no Rio. Moro deixou a residência sem conversar com a imprensa e, instantes depois, divulgou nota em que confirmou ter aceitado o “honrado convite”, o qual vê com a “perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado” no país.

Para chegar ao cargo político, com a vitória de Bolsonaro, Moro atuou como pôde para tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da disputa eleitoral. No final de agosto, Lula, mesmo preso, liderava todas as pesquisas, com 37% no Ibope, 39% no Datafolha e 41% no Vox Populi. Com sua curva era ascendente, era forte a hipótese de vencer em turno único. No início de setembro, Ibope e Datafolha retiraram seu nome das sondagens.

“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”, diz nota assinada por Moro.

A expectativa é que o Ministério da Justiça tenha sua estrutura ampliada, abrangendo a Segurança Pública, a Controladoria-Geral da União (CGU) e até mesmo o Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf) e a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, os dois últimos atualmente ligados ao Ministério da Fazenda.

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