Debaixo deste lema, o coletivo de músicos capitaneado por Villa Cariño, Manuel García, Quilapayun, Rulo, Gonzáles e seus assistentes, o poeta Raúl Zurita e vários outras, convocaram um “ato de reparação” na esplanada do museu “de la Memoria y Los Derechos Humanos” (da Memória e dos Direitos Humanos, em tradução livre), contra Mauricio Rojas, recentemente nomeado para o ministério da cultura chileno pelo presidente Piñera.

“Frente às alucinantes e ofensivas declarações do ‘ministro da cultura’ nas quais qualifica o museu da memória de ser uma farsa, declarações que ferem o mais cativante do povo chileno, a seus desaparecidos, a seus fuzilados, a seus torturados, a seus exilados. Faço um chamado para não participar em nenhuma instância em que este personagem esteja envolvido, vai nossa dignidade enquanto artistas, escritores, intelectuais, como seres humanos”, escreveu Raúl Zurita em sua página no Facebook.

No mesmo sentido, criticou o escritor Jorge Baradit, afirmando categoricamente que “não se importam com os cadáveres, as montanhas de folhas de processos policiais, centenas de milhares de testemunhos, famílias destruídas”.

O novo ministro escreveu em seu livro “diálogos de convertidos” (publicado em 2015), que o museu da Memória e dos Direitos Humanos era “uma farsa cujo propósito, que sem dúvida consegue, era impactar o espectador, deixá-lo atônito, impedi-lo de pensar […] É um uso desavergonhado e mentiroso de uma tragédia nacional que tocou a todos de modo duro e diretamente”.

A convocação, que procura ser mista, foi fixada para a quarta-feira, dia 15, às 16h00 no Museu próximo ao Metro Qinta Normal, da linha 5 do sistema metroviário chileno.

*Atualização

Após forte pressão popular, Raul Rojas deixou o cargo de ministro da cultura do Chile. Veja abaixo as imagens da manifestação