Entrevista com Régis Marques, candidato a deputado estadual por São Paulo. Régis é integrante do Movimento Humanista, está organizando uma Dobradona com outras candidaturas do PSOL e tem como algumas de suas principais bandeiras a formação de gabinetes nas periferias, o projeto escolas sem Muros e a criação de Estúdios de Mídia Livre nas periferias.

Pressenza – Como se encontram as escolas estaduais de São Paulo?

Régis Marques – As escolas estaduais de São Paulo estão esquecidas, falta infra-estrutura, os professores não são valorizados, e os recursos são insuficientes para manter a Escola funcionando da forma que deveria, falta de funcionários e por fim por mais que o governo estadual diga que a Educação é um compromisso do Estado, na prática não é. Falta um projeto educacional de transformação social e cultural, de valorização do Ser Humano. A escola deve cumprir uma função social de ajudar não somente os alunos mas também a comunidade ao redor da escola.

P – O que é o projeto escola sem muros?

R.M – Hoje as escolas são mais parecidas com presídios do que com ambientes sociais e culturais, que tem como objetivo a elevação do ser humano. O projeto Escolas sem Muros tem o objetivo de revolucionar a educação e as escolas públicas não só de São Paulo, mas do Brasil, literalmente derrubando os muros das escolas. Vamos iniciar pela valorização do profissional de educação, hoje o Estado de São Paulo paga muito mal os profissionais e não existe um plano de carreira e evolução claro. Segundo valorizar a participação da comunidade e dos alunos no processo educacional. Todas as escolas deverão ter teatros, Bibliotecas, Ginásios esportivos, a escola será aberta a comunidade. Por fim os alunos terão aulas diversificadas e permanecerão mais tempo na escola, não por obrigação, mas porque efetivamente a escola será um ambiente agradável e acolhedor.

P – Pensando em nível federal, como a reforma do ensino médio pode afetar a educação no Brasil?

R.M – O Ensino Médio no Brasil está falido, não existe um objetivo, não prepara para a Universidade e muito menos para a vida. Esta reforma não muda a estrutura do Ensino Médio, temos que revolucionar, conversar com os alunos. Durante a apresentação do Presidente vi ele dizendo “na minha época”, ai pensei já começou errado, na época dele não tinha internet, celular etc. Hoje estamos em um mundo completamente diferente, os jovens têm muito mais informação, por outro lado tem muito mais dificuldade de escolher seu futuro, são extremamente pressionados. Por fim, este é um modelo copiado e mal copiado de outros países, o governo quer dividir por área, mas não explica para os professores como ficará. Por outro lado temos que desconfiar de todas as reformas promovidas por um governo golpista.