A reforma trabalhista está em vigor e com ela toda uma avalanche de retrocessos que atinge em cheio as trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros. Um dos efeitos imediatos da mudança legislativa tem sido a demissão de 1200 professores por uma universidade privada, a Estácio. A instituição demitiu neste mês de dezembro de 2017 para contratar em janeiro 1200 professores. Profissionais que irão ingressar na empresa para ganhar menos.

A empresa não confirma o número de profissionais que foram demitidos e os que serão contratados, alega apenas uma reestruturação. A instituição afirmou também que os docentes ganhavam salários acima do mercado, por isso o motivo da demissão. A reforma trabalhista abre precedente para demissões em massa e sem acordo com os sindicatos, o que prejudica os trabalhadores.

Um decreto sancionado por Michel Temer que torna a atividade dos supermercados como essencial, fez com que não haja a necessidade do pagamento de horas extras em feriados por exemplo. Trabalhadores de uma rede de supermercado do Rio de Janeiro, a Mundial, decidiram então cruzar os braços. A rede é uma das maiores do estado fluminense. Para se ter uma ideia do efeito da medida, os prejuízos aos salários chegaram a 50%.

A reforma trabalhista vem em uma onda neoliberal com cortes e reestruturações econômicas. A mesma onda neoliberal que varreu o mundo a partir da década de 90, com a privatização de estatais,  mudanças nas leis trabalhistas pelo mundo todo e do que era entendido como um certo desgaste do modelo keynesiano de estado. O Estado de bem-estar social desenvolvido no pós segunda guerra mundial.

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As experiências neoliberais não trouxeram melhorias no Chile, por exemplo, com as reformas educacionais, previdenciárias, dentre outras que o país foi palco durante a ditadura de Pinochet. O caso da universidade Estácio pode ser a ponta do iceberg que tem por base uma gama de notícias que ainda não vieram a tona. Uma série de demissões e recontratações de funcionários para que os mesmos trabalhem em condições inferiores.

Para tornar público esses acontecimentos a Página Humanistas, do Movimento Humanista, lança a hashtag #meusdireitosgolpeados. Convidamos a todos a contar histórias que tenham conhecimento sobre casos envolvendo a reforma trabalhista.