Um garoto com uma idade de 14 anos matou dois colegas de classe e feriu outros 4 no dia 20 de outubro por volta das 12h00. A arma utilizada no ato infracional pertencia aos seus pais, ambos policiais militares. A Polícia Militar do Estado confirmou que a arma utilizada pertence a Corporação.

O atirador foi Imobilizado por funcionários da escola após tentar recarregar a arma. Segundo relatos de estudantes presentes ele atirou primeiramente em dois alunos que teriam zombado do mesmo pelo cheiro do rapaz e posteriormente abriu fogo contra outros alunos que estavam presente na sala do oitavo ano, que tinha 30 alunos.

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A arma utilizada era uma pistola .40. Segundo uma estudante, em uma prova o atirador desenhou um símbolo nazista.

Outros alunos afirmaram que além da simpatia pelo nazismo haveria também ameaças feitas pelo mesmo de que seus pais poderiam matar os que zombavam dele caso ele pedisse.

A motivação principal seria a amolação de um dos colegas de classe, que fora morto no ato, chamado João Pedro. Segundo fontes até um desodorante teria sido levado até a sala de aula para provocar o atirador.

Uma das principais linhas narrativas do caso o tratou como um caso de bullyng em que o atirador após sofrer provocações por parte dos alunos teria se irritado e premeditado o ato infracional.

Como no caso do atirador de Las Vegas que atirou em uma multidão durante um show de country em que se tentava entender apenas a trajetória particular do indivíduo para posteriormente explicar o ocorrido. Como se se tratasse apenas de um lobo solitário. Ocorre que – quando se trata de um atentando no Oriente Médio ou em qualquer lugar feito por um não islâmico, a lógica argumentativa é sempre tentando refletir sobre a estrutura, tentando relacionar sempre o islamismo ou a cultura muçulmana  ao extremismo e fanatismo.

Análises rasas, mas que se preocupam com a estrutura só são feitas neste caso. Nos nossos casos, de nossos atentados, feitos por pessoas de nossa cultura – ocidental – entra em cena o “lobo solitário”, sempre tentando mostrar que se trata de um caso isolado que ocorreu por conta de outros fatores. Por conta de outras variáveis.

“NÃO FOI BULLYING – Por mais espantoso que possa ser, desculpem mídia e pseudo-sábios filósofos contemporâneos – o garoto matou porque tinha na sua formação de personalidade uma espécie de autorização para fazer! A identidade deste jovem de 14 anos estava formada em um alicerce que permitia isso. Ele provavelmente iria fazer isso logo logo… Na escola, com o vizinho, na briga de trânsito ou com a namorada que terminasse com ele, e isso nada tem a ver com Bullying. A provocação foi apenas o motivo para “fazer o que já se era.”” – disse o psicólogo Jornan Campos em seu perfil no Facebook.

Segundo colegas de classe do jovem – o atirador demonstrava ter um comportamento explosivo e em uma prova de ética teria desenhado o símbolo do nazismo. Em outras palavras – o aluno estava inserido de alguma maneira em uma cultura de ódio onde tudo se resolve na base da porrada, da bala, do cacetete.

Casos como este reascendem os debates feitos sobre o estatuto do desarmamento. A maior circulação de armas facilita que incidentes como o de Goiânia se concretizem. O garoto teve fácil acesso a uma arma e também a munição.