Maíra Pinheiro, militante do PT, respondeu em nota após ser detida sábado (4) por pixação

A ativista feminista Maíra Pinheiro foi detida ontem (4) após ser pega pixando por Guardas Civis Municipais. Ela foi enquadrada dentro da nova lei municipal que prevê multa de cinco mil reais, e que foi patrocinada pelo prefeito João Doria (PSDB), em sua guerra contra a arte de rua.

Abaixo segue integra da nota em resposta ao ocorrido:

“Nessa madrugada, fui detida pela Guarda Civil Metropolitana no Centro de São Paulo acusada de pixação. Todos os dias jovens são abordados e perseguidos pelas forças de repressão do Estado. Gente que tem sua cara pintada com tinta, que passa por todo tipo de agressão e humilhação por expressar uma cultura que é da rua e por isso é marginalizada. Dificilmente esse tipo de história teria a repercussão que meu caso vem tendo.Por ser uma mulher branca, estudante de direito e com fácil acesso à assistência jurídica, tive maiores possibilidades de me defender de possíveis abusos. Ainda assim, durante a abordagem, no trajeto até o Distrito Policial e durante o registro da ocorrência, fui intimidada, constrangida e assediada.

Minha militância sempre teve como foco a defesa das mulheres e da juventude. Por ter ousado me engajar politicamente, também tenho minha imagem mais exposta.É muito conveniente para a gestão Dória e seu projeto higienista de cidade fazer do meu caso punição exemplar. Reduz-se a discussão a um suposto dano ao patrimônio, jogando uma cortina de fumaça sobre o racismo e o classismo que motivam a perseguição aos pixadores e grafiteiros e à cultura de rua como um todo”

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