Texto lido por Andrea Carabantes em ocasião da Mesa: Articulação dos imigrantes e resistência não violenta na cidade de São Paulo organizada pela Equipe de Base Warmis – Convergência das Culturas no dia 20 de setembro no restaurante Al Janiah.

Dia 2 de outubro é o dia internacional da não-violência em comemoração ao nascimento do Mahatma Gandhi.

Gandhi foi uns dos primeiros que teve na não-violência uma forma de luta, uma metodologia de ação.

Gandhi falava assim “A não-violência não significa doce submissão à vontade do mal. Significa utilizar todas as forças da alma contra a vontade do tirano. A não-violência não é uma desculpa para o covarde, mas a suprema virtude dos corajosos. A pratica da não violência requer muito mais coragem do que a pratica das armas.”

Outro referente da não-violência é o Dr. Martin Luther King Jr. quem utilizou, no movimento pelos direitos civis, as táticas da não-violencia, como a não cooperação, inspirado em Gandhi.

Neste momento há muitos referentes de luta não violenta como Aung San Suu Kyi, na Birmânia, Carmen Hertz, advogada de direitos humanos no Chile e Milagro Sala, primeira presa política do governo Macri na Argentina. Pela qual os e as humanistas do mundo pedimos sua liberação.

A equipe de base Warmis faz parte do Movimento Humanista, movimento que se encontra em mais de 40 países ao redor do mundo, ela se rege pela metodologia de ação da não-violência ativa.

A não-violência ativa é uma estratégia de luta consistente na denuncia sistemática de todas as formas de violência que exerce o Sistema. Também é uma tática de luta aplicada a situações pontuais nas que se verifica qualquer tipo de discriminação. E é um estilo de vida.

Esta metodologia impulsiona uma profunda transformação das condições sociais que geram sofrimento e violência sobre os seres humanos, baseada na filosofia do Humanismo Universalista desenvolvida pelo argentino Mario Rodriguez Cobos (Silo).

A não-violência ativa não é somente um modo de ação e transformação social. É, sobretudo, uma postura moral e ética de rechaço a toda forma de violência exposta ou encoberta, uma sensibilidade humanista, uma atitude cotidiana solidária e de aberta comunicação com os demais.

Algumas de suas ferramentas principais de ação pessoal e social são:

  • A rejeição e o vazio ante as diferentes formas de discriminação e violência.
  • A não-colaboração com as práticas violentas.
  • A denúncia de todos os feitos de discriminação e violência.
  • A desobediência civil frente à violência institucionalizada
  • A organização e mobilização social com base no trabalho voluntário e na ação solidária de quem a impulsiona.

Como humanistas acreditamos firmemente na resistência justa contra toda forma de violência e discriminação, não na resistência justa para justificar nossa posição, nem para ser usada contra o outro (o que nos coloca sempre em um bando) sempre coloca o outro como “outro”, alheio.

Á diferença da tradição latina, que até hoje está presente no cristianismo, e diz que a justiça levará a paz, onde essa justiça pode ser qualquer coisa – especialmente a violência – como as guerras. Aí nós dizemos que a obra da paz será a justiça.

Tudo isto é o que guia nosso atuar na Warmis.

Nós definimos como não violentas porque é assim que acreditamos que chegaremos a construir uma nação humana universal onde não haverá bandos nem discriminação. Onde trataremos aos demais como gostaríamos ser tratados, como realmente gostaríamos ser tratados!. E isso só acontecerá se vejo no profundo dos olhos do outro e me vejo aí, mesmo que ele seja meu pior inimigo, vejo o humano nesse “outro”.

Fonte: Documentos do Movimento Humanista.

aljaniah2