Os bancos privados são o centro do sistema em que vivemos. O dinheiro que detém garante seu imenso poder político e foi acumulado em cima de guerras, invasões, colonialismos e toda “sorte” de violência. Basta uma leitura rápida da história, em especial a história recente.

Para eles é fundamental a manutenção e ampliação de seu poder. Por isso, sua regra máxima é liberar sua atuação diante de qualquer tipo de regulamentação que limite seus interesses.

Não há hoje nenhuma força que possa se contrapor ao seu poder. Nações inteiras são submetidas às mais duras condições em troca de seus empréstimos.

No entanto, os Estados Nacionais podem criar dificuldades quando procuram atender aos interesses públicos, ou seja, garantir os direitos básicos a uma vida digna. Alimentação, Saúde, Moradia, Educação, Comunicações, etc., a garantia desses direitos universais precisa de recursos, ou seja, dinheiro, que o Estado arrecada na forma de impostos. Não há mágica: quem tem mais precisa pagar imposto maior para gerar receita ao Estado que vai prover os que tem menos. Nada além de uma simples compensação.

Nenhuma organização concentra mais dinheiro que os bancos e congêneres, ou seja, o sistema financeiro. Mas veja se algum Estado consegue extrair impostos de verdade desse sistema.

Ao não conseguir o dinheiro que necessita por meio dos impostos, os Estados apelam para empréstimos.

De olho nos recursos dos Estados, o sistema financeiro fez e faz de tudo para endividar os Estados. Com a dívida garantem uma receita permanente (e crescente) sob a forma de juros. Deitaram e rolaram com as dívidas dos países na América Latina e África. A Europa foi altamente beneficiada como matriz de muitos dos agentes que recebiam os juros dessas dívidas.

Mas o jogo não parou aí.

Já chegou a vez do chamado Estado de Bem Estar, criado em vários países da Europa, pagar seu preço ao sistema financeiro internacional. Assim, países outrora livres de dívidas já estão com seus orçamentos estatais altamente comprometidos com o “serviço” das dívidas. Para os Estados vai sobrando cada vez menos para o “Bem Estar”.
Os governos agora agem como meros funcionários (terceirizados) do sistema financeiro, justificando o pagamento das dívidas passadas. E para a felicidade dos Bancos, vão pedindo mais empréstimos para pagar os empréstimos anteriores.

Os cidadãos comuns atacam os políticos que não fazem nada para melhorar suas vidas. Sem perceber que eles são meros “escudos” daqueles que os impulsionaram na política, novamente, o sistema financeiro que garante com (sem aspas) seus políticos o pagamento das dívidas antes de mais nada. E nós, pessoas comuns, ouvimos a mesma ladainha em todo o mundo: “Não temos recursos para Educação, Saúde, Transporte, etc.”. Se o cidadão não tem alternativa, recorre ele também aos bancos fazendo empréstimos pessoais.

Por isso os bancos ganham de todos os lados com a piora da situação social. Ganham do Estado que se endivida e do cidadão que se endivida. Por que não iam querer produzir crises, estados mínimos, desacreditar tudo que é bem comum, tudo que é estatal, tudo que é coletivo? Por acaso vão favorecer qualquer coisa que possa prejudicá-los?