… Carta de Protesto será entregue às Nações Unidas

BOAVENTURA MONJANE

Bandeiras da Palestina e de Moçambique. Foto de B. Monjane

Bandeiras da Palestina e de Moçambique. Foto de B. Monjane

Organizações da sociedade civil, lideradas pela Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, anunciaram hoje, em conferencia de imprensa, a realização de uma marcha em todas as capitais provinciais, em solidariedade com o povo Palestino, cujos direitos humanos tem vindo a ser violados pelas forças militares do Estado Israelita, perante o silêncio cúmplice da chamada comunidade internacional. A marcha vai se realizar este sábado, 2 de Julho.

Uma menor da organização Rede da Criança, presente na conferencia de imprensa, manifestou sua indignação perante os relatos que chegam da Palestina, onde crianças inocentes são mortas, presas e torturadas por forças militares e outros actores do regime Israelita. Flora Salvador, mencionou ainda que o conflito que se vive na Palestina vai comprometer a educação da criança, o que impedirá o seu desenvolvimento. “Nós, crianças de Moçambique, não pedimos a paz apenas aqui no nosso país, pedimos paz em todo o mundo e pedimos paz na Palestina. As crianças são o futuro de um país e não podemos permitir que seus direitos sejam violados”, acrescentou.

Nzira de Deus, do Fórum Mulher, apelou a participação massivas das mulheres na marcha, tendo destacado que em qualquer conflito as mulheres sofrem duplamente pois por um lado são violentadas fisicamente e por outro vêem filhos e esposos massacrados, sem nada poderem fazer. De Deus acrescentou que “as mulheres na Palestinas estão sendo usadas como moedas de troca, sendo estupradas, violadas, e o seu choro não tem sido escutado por ninguém. É importante que nos solidarizemos e exijamos que aquelas atrocidades parem”.

A presidente da Liga dos Direitos Humanos, Alice Mabota, convidou a presença do Governo e dos partidos políticos na marcha, pois segundo explicou, “esta marcha não tem cores (partidárias). É para todos aqueles que querem a paz do povo da Palestina”.

Mabota apelou ainda a todos os países com relações diplomáticas com Israel a encerrarem suas embaixadas e aplicarem sanções económicas àquele país.

Várias organizações Moçambicanas apoiam o boicote a Israel e confirmaram a mobilização de seus membros e simpatizantes para aderirem à marcha como forma de repudiar as atrocidades vividas na Palestina. A União Nacional de Camponeses (UNAC) confirmou apoio total a esta causa.

Em Maputo os manifestantes vão partir da Estátua do herói de libertação nacional, Eduardo Mondlane (na avenida com o mesmo nome), as 08h00, e vai desaguar na praça da independência, onde serão lidas diversas mensagens de apoio e solidariedade com o povo Palestino. Segundo se anunciou na conferencia de imprensa, na mesma ocasião, espera-se que a representante das Nações Unidas em Moçambique receba uma carta de protesto conjunta das organizações da sociedade civil que organizam a marcha.

Por: http://critica-alternativa.org/2014/07/31/mocambicanos-marcham-em-solidariedade-com-o-povo-palestino/