Preso há dezoito dias, o ativista teve seus cabelos longos raspados e foi obrigado a largar sua dieta vegetariana

Do SpressoSP publicado pelo Brasil de Fato

Além de ter sido preso simplesmente pelo fato de se manifestar, o ativista Fábio Hideki Harano, encarcerado há dezessete dias no presídio de Tremembé, não pode mais sequer determinar o que come.

Depois de um período de adaptação, Harano, que é estudante e funcionário da Universidade de São Paulo (USP), divide agora uma cela comum com outros dois presos e teve que largar sua dieta vegetariana por falta de opções no cardápio da penitenciária. Ele também foi obrigado a raspar os longos cabelos que cultivava já há alguns anos.

De acordo com Alexandre Harano, irmão do estudante que já o visitou duas vezes na prisão, Fábio tem aproveitado o tempo para ler e se exercitar na academia da penitenciária.

Militante político pacifista e adepto a hobbies como jogos de RPG e desenhos japoneses, Fábio Hideki foi detido por policiais civis à paisana no último dia 23 de junho em um protesto contra a Copa do Mundo, na avenida Paulista. Ele foi acusado pelos policiais de portar um artefato explosivo, suspeita que já foi desconstruída com imagens de um vídeo gravado no momento da revista pessoal do manifestante.

Até agora o artefato não foi apresentado publicamente.

De acordo com Bruno Shimizu, defensor público que acompanha o caso, “o inquérito é absolutamente genérico e, na verdade, só o próprio condutor, o policial civil disfarçado, relata a circunstância da prisão dos dois, dizendo que foi no contexto de uma manifestação que eles foram abordados e presos, sem dizer o que cada um estava praticando, nem o que eles entendem que sejam os crimes praticados por cada um”.

 

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