Agora só depende da Dilma assinar e metade do Fundo do Pré-Sal vai ser dividido entre a Saúde e a Educação. No entanto, fica evidente quem está segurando o dinheiro e para que. Até o último minuto o governo lutou para que apenas o rendimento do Fundo fosse destinado às duas áreas sociais. Ou seja, o dinheiro mesmo ficaria rendendo juros em alguns bancos e eventualmente os governos usariam como quisessem.

Já vemos como os governos tem usado a maior parte do orçamento: para pagar juros de uma dívida interna que nunca foi auditada, verificada com seriedade. Mas isso serve muito bem ao sistema financeiro, que controla essa dívida, recebe uma fortuna e, assim, continua a comandar de fato os países em todo o mundo.

No entanto, uma pequena façanha foi realizada: com a pressão das ruas os políticos tiveram que acordar pras necessidades das pessoas e aprovar a destinação para Saúde e Educação. E qual o valor deste fato? Numa sociedade capitalista a ação do governo precisa de uma fonte de financiamento, do contrário será a mesma chantagem de sempre, que não há dinheiro para fazer mais.

Da mesma forma que a Constituição determinou uma porcentagem mínima que deve ser obrigatoriamente utilizada (não gasta) para a Educação e Saúde, mais dinheiro permite pressionar os governos e tirar-lhes esse argumento covarde da falta de recursos.

Para que o uso desses recursos seja feito com coerência, atendendo às necessidades reais das pessoas, somente com a Democracia Real, onde o próprio povo decide sobre o uso dos recursos públicos. Ou partimos para a Democracia Real ou continuaremos sentindo que o carro é nosso mas somos levados de carona.

Democracia Real no Brasil, e no mundo, parece muito longe, difícil, depende de muita consciência, pode parecer impossível. O mesmo que está passando com a destinação dos recursos do Pré-Sal. As coisas vão avançando, as pessoas vão vendo outras possibilidades, quem sabe outras realidades.