Istambul, 17 jun (Prensa Latina) O Colégio de Advogados da Turquia confirmou hoje que ao menos 400 manifestantes foram detidos nessa cidade, enquanto que em Ancara 150 foram presos, após uma longa jornada de protestos e repressão policial. Esse órgão pediu ao Conselho da Europa que tome medidas urgentes em virtude do 52 artigo de seus estatutos para a proteção dos direitos humanos.

No contexto dos protestos, dois jovens permanecem desaparecidos. Os meios da oposição repercutem as declarações dos familiares quem temem que a polícia tenha os matado durante os interrogatórios.

Durante os protestos que se estenderam até a madrugada dessa segunda-feira em Istambul, a maior cidade da Turquia, as forças policiais utilizaram canhões de água e gás lacrimogênio contra milhares de manifestantes, que tentavam chegar à praça Taksim, segundo constatou a Prensa Latina.

Fontes médicas denunciaram que a água lançada com força brutal contra os que protestavam contém substâncias químicas que provocam erupções na pele e danos na vista dos que são atingidos pelos fortes jatos.

Nessa segunda-feira, pelo menos cinco sindicatos paralisaram a vida pública da Turquia em rechaço à repressão policial, enquanto que o ministro do Interior, Muammer Güler, ameaça tomar medidas contra as greves que ele julga ilegais.

No sábado passado, a polícia desalojou de maneira violenta mais de mil manifestantes que se encontravam acampados no parque Gezi e outra cifra similar que protestava na praça Taksim.

Após esse fato, ocorreram protestos em várias cidades turcas, como em Adana, no sul do país, em solidariedade com os acampados em Gezi e contra o uso excessivo da violência durante o despejo, também foram registrados confrontos entre manifestantes e as forças antimotins.

Há 20 dias foram registrados distúrbios no centro de Istambul, que tiveram como detonante a iniciativa governamental de destruir o parque e substituí-lo por um shopping.

Com o passar dos dias, as demandas dos inconformados tomaram outro matiz e já pedem, inclusive, a renúncia do premiê Recep Tayyip Erdogan, considerado por eles um governante autoritário e com a intenção de islamizar o país.