O presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, sancionou uma nova Constituição nesta quarta-feira em substituição a um documento de 33 anos criado nos últimos dias do domínio colonial britânico, abrindo caminho para eleições neste ano.

A Constituição, aprovada por maioria esmagadora num referendo em março, reduz os poderes do presidente e impõe um limite de dois mandatos. No entanto, a lei não se aplica retroactivamente, e Mugabe, de 89 anos, pode procurar estender os seus 33 anos no poder por mais uma década.

Um radiante Mugabe, acompanhado pelo primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, seu principal rival político, e do vice-presidente Joice Mujuru, assinou várias cópias da carta na Casa do Estado, na capital Harare.

Assessores e outros políticos presentes ao evento irromperam em aplausos no momento em que o líder largou a caneta.

A Constituição foi formada como parte de um acordo de partilha de poder entre Mugabe e Tsvangirai após eleições contestadas e violentas em 2008.

O Parlamento de cinco anos formado sob o mesmo acordo expira em 29 de junho, e as eleições parlamentares e presidenciais devem acontecer dentro de 90 dias a partir dessa data.

No entanto, muitos obstáculos permanecem, inclusive procurar os estimados 130 milhões de dólares necessários para financiar a eleição e chegar a um acordo sobre monitores externos. O governo do Zimbabwe rejeitou ofertas da ONU ou a assistência de doadores.