O governo moçambicano e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, deverão regressar a mesa das negociações na segunda-feira, em Maputo, revela um comunicado de imprensa do Gabinete de Informação (GABINFO), citado na noite desta quinta-feira pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

“Na sequência de uma carta endereçada ao Presidente da República, Armando Guebuza, pelo líder da Renamo, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, datada 13 de Abril de 2013 e intitulada “Necessidade de negociação urgente entre o Governo de Moçambique e a Renamo, o governo constituiu uma delegação chefiada por José António Condugua Pacheco, Ministro da Agricultura, que no dia 22 de Abril corrente, pelas 09.00 horas deverá receber a contraparte indicada pela Renamo, no complexo Indy Village, em Maputo, capital da República de Moçambique”, lê-se no comunicado.

A delegação do governo integra ainda, vice-Ministro da Função Pública, Abdurremane Lino de Almeida, o seu homólogo das pescas, Gabriel Serafim Muthisse, entre outros quadros. O governo reitera na nota que sempre esteve disponível ao diálogo.

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Estas negociações segue-se ao fracasso de Dezembro, quando o governo e a Renamo não conseguiram alcançar um consenso em relação principais pontos de discórdia, particularmente os processos eleitorais no país.

A composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) continua a ser um dos pontos constantes da pauta reivindicativa colocada a mesa do diálogo pele Renamo.

O partido de Dhlakama afirma que caso não seja acolhida a proposta de paridade na composição e formas de designação de membros da CNE, não participará nas próximas eleições, muito menos permitir que o povo moçambicano exerça o seu direito cívico.

Estas negociações também surgem na sequência de um ataque perpetrado por homens armados da Renamo, no início a 4 do mês corrente, ao Posto da Polícia em Muxúnguè, numa acção que resultou na morte de quatro agentes da Polícia afectos a unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR), um ex-guerrilheiro da Renamo, e mais de 10 feridos.

Depois da ofensiva de Muxúnguè, outros ataques emergiram, dois dias mais tarde, tendo sido alvejadas três viaturas ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), que resultou na morte de três pessoas.

Entretanto, as últimas notícias referem que reina um clima de paz naquela região e que a vida regressou a normalidade.